Ciberpunk (de
Ciber(nética) + punk) é um sub-
gênero de
ficção científica que utiliza elementos de
romances policiais,
film noir e prosa
pós-moderna.
Cyberpunk é um subgênero da ficção científica, conhecido por seu enfoque de "Alta tecnologia e baixo nível de vida" ("High tech, Low life") e toma seu nome da combinação de cibernética e punk. Mescla ciência avançada, como as tecnologias de informação e a cibernética junto com algum grau de desintegração ou mudança radical na ordem social. De acordo com Lawrence Person:
"Os personagens do cyberpunk clássico são seres marginalizados, distanciados, solitários, que vivem à margem da sociedade, geralmente em futuros despóticos onde a vida diária é impactada pela rápida mudança tecnológica, uma atmosfera de informação computadorizada ambígua e a modificação invasiva do corpo humano."
Segundo William Gibson, em seu livro
Neuromancer, o indivíduo ciberpunk é uma espécie de "pichador virtual" que se utiliza de seu conhecimento acima da média dos usuários para realizar protestos contra a sistemática vigente das grandes corporações, sob a forma de vandalismo com cunho depreciativo, a fim de infligir-lhes prejuízos sem, contudo, auferir qualquer ganho pessoal com tais atos.
O termo cyberpunk também significa uma
subcultura que é focada na subcultra cyber e se destaca pela preferencia por
música psicodélica e de gêneros de fusão entre
punk rock e
música eletrônica e por adereços de
moda futuristas.
O estilo ciberpunk descreve o lado
niilista e
underground da sociedade digital que começou a se desenvolver nas últimas duas décadas do
século XX. Um mundo ciberpunk
distópico é chamado de antítese das visões
utópicas de mundos de
ficção científica e meados do século XX como tipificadas pelo mundo de
Jornada nas Estrelas (
Star Trek), embora incorporando algumas dessas utopias, principalmente na questão do mito da separação entre corpo e mente, muito discutida na filosofia cartesiana.
Na literatura ciberpunk, muito da ação se ambienta
virtualmente, no
ciberespaço - a fronteira evidente entre o real e o
virtual fica embaçada. Uma característica típica (ainda que não universal) desse gênero é uma ligação direta entre o
cérebro humano e sistemas de
computador.
O mundo ciberpunk é um lugar sinistro, sombrio, com computadores ligados em rede que dominam todos os aspectos da vida cotidiana. Empresas multinacionais gigantes substituíram o Estado como centros de poder. A batalha do excluído
alienado contra um sistema totalitário é um tema comum na ficção científica; entretanto, na FC convencional tais sistemas tendem a ser estéreis, ordenados, e controlados pelo Estado. Em contraste a isso, no ciberpunk, mostram-se as entranhas da
corporatocracia, e a batalha
sisífica entre seu poder por renegados desiludidos.
As histórias ciberpunk são vistas como representações ficcionais do presente a partir de uma extrapolação e especulação das tecnologias de comunicação, como por exemplo, a
internet.
O argumento da escrita cyberpunk se centra em um conflito entre hackers, inteligências artificiais, e megacorporações, tendentes a serem postos dentro da Terra num futuro próximo, em oposição do futuro distante panorama de encontros galácticos em romances como a
Fundação de
Isaac Asimov ou
Dune de
Frank Herbert. As visões deste futuro tenden a ser distopias pós-industriais, mas estão normalmente marcadas por um fomento cultural extraordinário e o uso de tecnologias em âmbitos nunca antecipados por seus criadores ("A rua encontra suas próprias aplicações pras coisas"). A atmosfera do gênero em sua maioria faz eco no cine negro e se utiliza pouco neste gênero técnicas de romances policiais. Entre os primeiros expoentes do gênero cyberpunk se encontran
William Gibson,
Bruce Sterling,
Pat Cadigan,
Rudy Rucker e
John Shirley. As influências do Cyberpunk se estenderam por outros gêneros literários, e são visíveis, por exemplo, em traços da obra de
Stephen King, como no livro
O Concorrente, onde o mundo é um cenário Cyberpunk próximo temporalmente. O termo Cyberpunk se cunhou nos anos 80 e continua sendo atual.
Diferente da
ficção científica da New Wave, que importou as técnicas e as preocupações estilísticas que já existiam na literatura e na cultura, o cyberpunk se originou na ficção científica primeiro, antes de incrementar a tendência dominante de sua exposição. No começo e meio dos anos 80, o cyberpunk se converteu num tema de moda nos círculos acadêmicos, onde começou a ser objeto de investigação do pós-modernismo. Neste mesmo período, o gênero ingressou a Hollywood e se converteu em um dos estilos da
ficção científica do segmento do cine. Muitos filmes influentes tais como
Blade Runner e a trilogia de Matrix se podem ver como consequências proeminentes dos estilos e dos temas do gênero. Os jogos de computador, os jogos de tabuleiro e os jogos de rpg, tais como
Shadowrun, ou o apropriadamente nomeado
Cyberpunk 2020, oferecem a miúdo roteiros que estão fortemente influenciados pelos filmes e a literatura cyberpunk. Iniciando os anos 90, algumas tendências da moda e a música foran etiquetadas como cyberpunk.
Enquanto que uma grande variedade de escritores começou a trabalhar com conceitos do cyberpunk, novos sub-gêneros emergiram, que se centravam na tecnologia e seus efeitos sociais duma maneira diferente. Os exemplos incluem o
steampunk, iniciado por
Tim Powers,
Kevin Wayne Jeter e
James Blaylock, e o
biopunk (ou alternativamente
ribofunk), no qual
Paul Di Filippo é proeminente. Adicionalmente algumas pessoas consideram trabalhos tais como
A era do Diamante de
Neal Stephenson como o início da categoria
postcyberpunk.
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