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GOTHIC FUSION 02 DIA 06/03!! SEMAN QUE VEM JA PESSOAL NAO PERCAM!!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010.



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LUZ NEGRA FARA SEU PRIMEIRO EVENTO!! CONFIRAM AI O FLYER!!

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NOVO SELO DE EVENTOS DARKS EM SOROCABA!!

J a fazendo sua participaçao inaugural no evento de halloween em 2009 juntamente com ROSA SOMBRIA EVENTOS e SUPERSONIC,deu inico agora a sua jornada em prol da cena dark de sorocaba!
A LUZ NEGRA e idealizada e conduzida por alfredo alvarenga que tambem e vocalista da banda ecos da alma!
ESPERAMOS UMA BOA ESTREIA E BOA SORTE E APOIO A LUZ NEGRA!!
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FALE COM A GOTHIC SOROCABA !!!!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010.
GOTHICSOROCABA@GMAIL.COM
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SEGUNDA EDIÇAO DO EVENTO GOTHIC FUSION !!


FALTAM DUAS SEMANS PARA O GOTHIC FUSION 02!!
NESTA SEGUNDA EDIÇAO ALEM DE TRAZER DE VOLTA O DJ BERSEK TEREMSO OUTROS MAIS CONVIDADOS TBM E UMA EXCELENTE PERFOMANCE DE NOCTURNA !! ESTA IMPERDIVEL GENTE!!

GOTHIC FUSION E UM EVNTO EM PARCERIA ENTRE A ROSA SOMBRIA E DARK ENTRIES E DESTA VEZ CONTAM COM O PROJETO CONVIDADO DE MATO GROSSO DO SUL GROTESQUE EVENTOS E PRODUÇOES!! E CRE PARA VER MESMO!!
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CINEMA= BLADE RUNNER, O Caçador de Andróides (1982, de Ridley Scott)

BLADE RUNNER, O Caçador de Andróides


(1982, Blade Runner, de Ridley Scott)

Quanto tempo viveremos e se vale a pena arriscar viver até lá é a resposta que os andróides Replicantes deste filme buscam. Estes andróides têm um "prazo de vida" estipulado, mas só o seu "criador" sabe. Durante o filme o detetive que caça os Replicantes tem que se perguntar se suas lembranças são suas mesmo e o que realmente caracteriza um ser humano... O cenário do filme é extremamente bem cuidado com a criação de um futuro ao mesmo tempo obscuro, decadente e barroco. A maquiagem da Replicante representada por Daryl Hannah é famosa entre Góticos até hoje. Existem duas versões do filme: uma lançada na época, com narração e algumas cenas diferentes, e uma versão lançada posteriormente pelo diretor, sem narração e com cenas extras.
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ENTREVISTA- ALL ABOUT EVE/"Esplêndida Retrospectiva". Entrevista com Julianne Regan.


Matéria: Luiz Soncini

O nome da banda relaciona-se com um dos filmes mais nomeados na História do Oscar (vencedor de 6 prémios, a incluir melhor filme), nomeadamente “All About Eve”, realizado por Joseph L. Mankiewicz e estrelado por Bette Davis, Anne Baxter e Marilyn Monroe? O que foi considerado quando da escolha do nome?

Sim, nós tiramos o nome deste filme. Naquele período, devido a pressa, nem chegamos a pensar muito na escolha, visto que o single já estava gravado e o Departamento de Arte só estava a espera do nome para terminar o encarte. Nós gostamos da sonoridade do nome… Embora o filme seja maravilhoso, com brilhantes e picantes diálogos entre as actrizes.


Há, nos primórdios da banda, envolvimento de alguns nomes célebres da cena musical, a destacar Mick Mercer, Gene Loves Jezebel, Xmal Deutschland… Por favor, explique nos sobre a formação do All About Eve?

Quando eu tinha apenas 19 anos, mudei-me para Londres com o sonho de me transformar em jornalista musical e apaixonei-me ao ler uma revista alternativa chamada Zig Zag, a qual era editada por Mick Mercer. Encontrei-me com ele e perguntei se poderia escrever para a revista… a resposta foi sim… e a primeira banda que entrevistei foi Gene Loves Jezebel… Apesar de não saber tocar baixo, eles me convidaram a ser baixista… então fiz um curso intensivo de um final de semana com Jah Wobble do PIL. Através do Gene Loves Jezebel conheci pessoas da 4AD Records e ao deixar a banda, comecei com a minha. A 4AD me colocou em contacto com Manuela Zwingmann, baterista que havia saído dos Xmal Deutschland… Imediatamente surgiu uma grande amizade e começamos a escrever as canções.

Qual é o sentimento da banda em relação ao início do movimento “Post Punk / Gothic”? Consideram-se precursores?

Eu era fã e ouvia as bandas desta epóca anos antes da formação do All About Eve. Era uma estudante que sonhava diariamente fazer parte daquela cena e assistia grandes concertos de Dead Can Dance, Bauhaus, The Cure, Siouxsie and The Banshees… logo nós recebemos muito destas influências… mas realmente tivemos parte nesse movimento, principalmente quando começamos a nos apresentar em Londres e entramos na mesma conta de bandas como The Mission.


Em menos de 5 anos, o All About Eve já participava de grandes concertos e abria espectáculos para ícones; a canção “Martha´s Harbour” atingia excelentes posições; Julianne Regan era comparada a Kate Bush e votada como melhor cantora pelos leitores da Revista Melody Maker. Como se sentiram com o sucesso meteórico? Imaginavam ou sonhavam com isso no início da banda?

O sucesso apareceu realmente muito rápido! Não pensávamos em receber tantos elogios. Entretanto o Mundo da Música e principalmente a inconstante Imprensa Musical Britânica podem transformar uma banda em grande sucesso e logo a seguir despedaçá-la tão rapidamente quanto; basta a moda ser outra… Penso que não fomos “cool” suficientes, mas foi óptimo enquanto durou… Ter grandes êxitos lançados, ser comparado com grandes artistas e tocar em salas como Royal Albert Hall... Parece-me agora um estranho sonho… e a séculos atrás.

Vocês tiveram o prazer de trabalhar com alguns monstros do Rock, como David Gilmor (Pink Floyd), Hayne Hussey (The Mission), The Cure, entre outros. Comente como é trabalhar com seus “ídolos”?

Wayne Hussey era mais amigo do que ídolo e sempre foi estimulante trabalhar com ele e os The Mission. Fiquei lisonjeada ao ser convidada a fazer backing vocal em alguns temas da banda; além disso abrimos vários concertos dos The Mission pela Europa… Eram sempre festas infinitas. Com os The Cure era totalmente diferente, apesar de serem bastante amigáveis, nós éramos tímidos e não tínhamos muita confiança com eles… Abrimos seus concertos algumas vezes e Robert Smith sempre fez lisonjeiras declarações a nosso respeito. David Gilmour… bem, eu quase morri de êxtase quando ele tocou em nosso álbum! Eu sou fá de Pink Floyd a quase 30 anos. A sua participação nas canções “Are You Lonely” e “Wishing the Hours Away” foi maravilhosa… Em minha opinião, isso foi o ponto mais alto da biografia do All About Eve… Um sonho que se tornou realidade.


Em 1 ou 2 palavras, o que diriam de: Joy Division, Bauhaus, The Beatles, Sex Pistols, Sisters of Mercy, The Mission, The Cure e Cocteau Twins?

Joy Division – Sombrios e Idealizadores
Bauhaus – Vividamente monocromático
The Beatles – George e Paul
Sex Pistols – Inteligentes e Calculistas
Sisters of Mercy – Chato e Linear
The Mission – Vibrante e Tempestuoso
The Cure – Génios maravilhosos
Cocteau Twins – Brilho cintilante

Entre 1993 a 1999 a banda separou-se. Fala nos sobre este período e a necessidade do afastamento?

Nós realmente precisávamos nos separar porque o entusiasmo havia acabado… A fonte estava seca.

Eu estava cansada e doente com a Industria da Música e precisava me distanciar disso. Comecei a escrever minhas canções e, em parceria com Tim McTighe, lançamos um álbum por uma pequena editora com o nome de “Julianne Regan and Mice”. Orgulho-me muito deste álbum… Ele saiu na epóca do movimento Brit Pop e é considerado como tal; fiz muitas coisas que não conseguiria em All About Eve.

A banda sempre foi assim… Perdemos integrantes, brigamos, voltamos atrás e nos unimos novamente… Somos como uma grande árvore que no Outono tenta se livrar das folhas para renascer na Primavera…


Como foi o renascimento do All About Eve? Como surgiu a ideia para a digressão acústica?

Retornamos após um convite de Wayne Hussey para que déssemos suporte na digressão do The Mission e isso nos pareceu uma coisa divertida a fazer. Neste momento eu trabalhava num escritório a dactilografar e responder telefonemas… logo seria uma agradável mudança. Desenvolvemos estes concertos acústicos, o que para nós era excitante, divertido e temerosamente intimista.


O álbum Iceland possui aspectos diferentes; a utilização de softwares na composição, os covers de George Michael a Queen e a disponibilização na Internet. Como foi esta experiência?

Andy e eu queríamos fazer um álbum com tema de Inverno. Escolhemos nossas canções de Natal favoritas e as refizemos de forma drástica e diferente das originais. Alguns odiaram este CD por ser tão sintético; entretanto estamos no século XXI e não vejo problema em usar as máquinas na música… quantas coisas são imaginadas reais, porém são feitas em computadores. As bandas, com pouco dinheiro (como é o nosso caso), podem fazer música em casa e ter um trabalho de qualidade sem gastar cerca de 200 libras para estar com um produtor por cerca de 1 hora… Além disso é óptimo para a criatividade e experimentação.


A sonoridade do All About Eve esteve em diversos estilos como Post Punk, Gothic, Indie, Psychodelic… Como foi a experiência de participar do Whitby Goth Festival em 2003 após tantos anos na estrada?

Foi uma noite brilhante!!! Estivemos preocupados em não ser “góticos” suficientes para o evento, mas a cena gótica não é tão superficial como aparenta externamente ser. A audiência foi tão amável, feliz, honesta e aberta… Pareceu-nos tão natural estar ali… Foi como um retorno ao início. Esperamos voltar ao Whitby Gothic Festival.

Há centenas de concertos listados na “Gigografia” de All About Eve. Quais foram os melhores? Os piores? Por que países como Espanha, Portugal e América Latina nunca receberam um concerto?

Os melhores... Whitby Goth Festival, abrir os concertos dos The Cure na Irlanda e no Crystal Palace, nossas 3 noites esgotadas no Royal Albert Hall e uma apresentação à luz de velas numa linda e antiga Igreja em Londres, a Union Chapel… O pior foi quando Marty, o guitarrista, não estava a falar com o resto da banda...

Infelizmente, não houve concertos nestes países simplesmente por não haver procura… é um pouco vergonhoso, mas All About Eve nunca foi suficientemente popular para isso. Desejei muito ir a Portugal e visitar o Estádio da Luz após a Europeu de 1996, quando me tornei fã de Futebol… talvez apaixonada por João Vieira Pinto (Victor Baia e Paulo Sousa também). Eu era uma garota sonhadora! Isso parece-me uma oportunidade perdida… e agora, tenho medo de voar… porém poderia pegar um barco em Santander (risos)?


O recém lançado álbum “Keepsakes – A Collection” foi idealizado para comemorar e/ou sintetizar 20 anos de brilhante carreira musical?

É uma celebração dos nossos 21 anos de carreira! Achamos óptima esta decisão da Editora e ficamos muito excitados em estar envolvidos com a escolha das canções, da organização, da arte… Imaginei que seria uma experiência depressiva a fazer… escutar e nos vermos jovens com uma pele nova e lisa (risos), porém foi muitíssimo agradável e relembrei tantas coisas boas que se tende a esquecer…

Qual foi o critério para a escolha das canções, das raridades e das remisturas para a Compilação?

A ideia foi fazer uma compilação interessante tanto aos mais exigentes fãs, quanto às pessoas que somente recordam de alguma canção que ouviram na rádio ou assistiram na TV algumas vezes… e também, que fosse agradável para nós… Eu queria todos os melhores temas e apresentações colocados em minha prateleira.


Fala nos sobre os novos temas “Keepsakes” e “Raindrops”? É um prenúncio de álbum só com inéditas?

Pensei que seria uma boa ideia ter material novo no álbum, para que as pessoas não tivessem somente aquela impressão de uma “velha banda fantasma” e sim que ainda estamos vivos, a respirar e com criatividade. Andy e eu escrevemos o tema “Keepsakes”, o qual fala sobre toda o projecto da compilação e sobre nosso futuro. Junto ao Tim, escrevi “Raindrops”, o qual é o 1º tema que fizemos juntos em 15 anos… Nós adoramos trabalhar juntos e certamente escreveremos muitos mais. Não sei ao certo o que o futuro nos reserva!!! All About Eve já se separou tantas vezes… De qualquer forma estou a trabalhar em material novo… algumas coisas diferentes à AAE, ou será para AAE? Não sei? A banda é como um espelho partido.

Como observam as mudanças do cenário gótico Mundial ao longo destes anos? A diversificação de estilos relacionados a cena? Para quem viveu o início, esta realidade pode chocar de alguma forma?

Eu amo esta evolução! Penso que se estas tecnologias estivessem disponíveis naquele início, certamente seriam usadas pelas bandas. Com “samples” e máquinas podemos alcançar dimensões que jamais seriam possíveis numa banda. Assisti ao concerto do Marilyn Manson em Londres há um par de anos e foi magnífico. Gosto da face Metal que o gótico possui, assim como os elementos electrónicos e dançantes. Sempre amei música electrónica de John Foxx, Ultravox, Simple Minds e Gary Numan, mas sempre há espaço para grandes guitarras. Isso não me choca de maneira alguma… muito pelo contrário...


Li que Julianne Regan esta a aprender Norueguês e a pensar em escrever um livro… Fala nos um pouco sobre seus sonhos, projectos e sobre seu cão virtual May?

Eu amo línguas… Já tentei aprender sozinha muitas delas, a incluir o Português… Eu gostaria de visitar a Noruega; os Fjords e ir ao Círculo Árctico e ver a Aurora Boreal e os cães a puxar trenós… Esta é a minha férias de sonho.

Um livro? Amo unir as palavras, mas não tenho grande assunto para escrever ainda; não há nada a queimar em meu coração… quando isso acontecer, eu escrevê-lo-ei.

May é uma obediente e bonita Border Collie que gosta de AC/DC, porém é virtual já que não possuo um jardim para ela… Eu tenho também um filhote de cão virtual, o Jack Russel, que gosta de trincar os meus sapatos e é muito traquinas… Infelizmente seu cantor favorito é James Blunte e a banda é o Simply Red… dessa maneira terei que doá-lo.


Eu sou brasileiro e fiquei surpreso e feliz ao ler alguns nomes como Tom Jobim, Vinicius de Morais, Caetano Veloso e Elza Soares nas preferências do finlandês Toni Haimi. Como Toni os conheceu? Fala nos sobre essas referências?

Toni é um grande admirador da cultura, música, arte e literatura brasileira e já viajou para lá inúmeras vezes. Ele é apaixonado também pelos Índios Yanomamis e fala muito bem o português (do Brasil). Actualmente tem uma banda chamada Sohodolls (www.myspace.com/sohodolls), porém tocará guitarra para nós assim que precisarmos… Ele gosta de ser pago com garrafas de vinho e eu pagarei pelo menos 3 por canção.


Fala nos “All About Evils” da Humanidade? O que seria necessário para que o Mundo ficasse em Paz?

All About Evils? (risos). Todas as religiões e doutrinas organizadas. Materialismo, consumismo, toda ostentação… George W. Bush e sua falta de cuidado com a Ecologia e o Planeta. Tony Blair que acredita que Deus o absolverá pelo Iraque; tanta estupidez… Eu acredito que a única maneira de se ter paz será quando não houver religiões organizadas.


O que o “Porto” do All About Eve espera receber do “Oceano” Futuro?

Espero que o Oceano Futuro seja azul e majestoso… que o Sol irradie seus raios nas montanhas de gelo que flutuam por de trás, onde supostamente devem estar… Espero que seja cheio de vida e que consigamos sempre nos divertir com o quebrar das ondas… Nadar e surfar e sem nunca se afogar…


Muito obrigado por esta amável entrevista... Que mensagem deixariam para os leitores e admiradores…

Esperamos que apreciem “Keepsakes”, pois há nele muita emoção, amor, tristeza e alegria… Se o comprarem, eu poderia guardar uma quantia de dinheiro… O que me ajudaria a ter um jardim e meu cão poderia se tornar de carne e sangue… e realizar aquela viagem para Portugal e beijá-los todos… Um a um!!!


AGRADECEMSO TAMBEM AO SITE GOTHICSTATION PELA MATERIA!OBRIGADO AMISGO !!
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DICA DE LIVRO!!! CONFIRAM!!!

KAORI- PERFUME DE VAMPIRA- Giulia Moon - 2009


Século XVII: Kaori, uma bela garota com o perfume da sedução, trilha caminhos perigosos entre samurais, senhores feudais, prostitutas e criaturas mágicas do folclore japonês. No seu caminho, surge José Calixto, um artista sensível e apaixonado, capaz de tudo para dar vida a uma obra imortal.


Século XXI: na fervilhante Avenida Paulista, coração de São Paulo, Samuel Jouza tem uma profissão peculiar. Ele observa vampiros para um misterioso instituto de pesquisas. Mas o olheiro percebe que a sua profissão é muito mais perigosa do que imaginava, ao salvar um menino das garras dos sanguessugas.


De um lado, a magia das sagas heróicas de samurais, o mistério das antigas lendas do Japão. Do outro, uma aventura ágil e atual, que tem como cenário o Brasil. Dois universos se entrelaçam e se cruzam neste novo romance de vampiros escrita por Giulia Moon.


Capítulo III - Aqueles que Vêm com a Noite (trecho)


1648 – Período Tokugawa, Japão


A garota abriu os olhos. Encontrava-se dentro de uma construção empoeirada. Havia uma vela acesa perto de si. Trêmula, a menina ergueu a vela para ver melhor onde estava. Parecia um antigo jinja1 abandonado. Havia um altar com o deus Hachiman2 coberto de pó. De repente, a chama da vela iluminou um vulto agachado num dos cantos. Dois olhos sinistros faiscaram. Com um grito de pavor, Kaori soltou a vela e correu para o lado oposto, procurando pela saída. Havia uma entrada principal, mas estava lacrada pelo lado de fora. A jovem, desesperada, começou a bater com os punhos na barreira.

– Não há como sair... Você não pode fugir de mim.

Kaori voltou-se, tremendo, para o homem desconhecido e encontrou-o de pé, acendendo a vela que ela deixara cair. Usava uma veste rota, com calças esfarrapadas e uma túnica esburacada, sob a qual surgiam dois grandes pés nus, escuros de sujeira. Tecidos cobriam o seu rosto, onde apenas os dois olhos brilhantes estavam à vista. Tinham íris amareladas, como os de um tigre. Olhos de oni3! Aterrorizada, a menina sentiu as pernas bambas. Ela deslizou rente à parede, até agachar-se no chão, apavorada. Assim, com o rosto escondido entre os braços, ouviu-o aproximar-se. Estremeceu quando sentiu as mãos dele sobre os seus braços, obrigando-a a se erguer.

Ele a colocou sobre o ombro, como se fosse um fardo qualquer, e levou-a até um canto, onde havia um acolchoado e almofadas. Depositou-a sobre o leito, e ficou ali, olhando, até que ela abrisse os olhos. Então levou a mão ao seu próprio rosto e puxou o tecido que lhe cobria a boca. A menina arregalou os olhos. A boca era grande, sensual. Os lábios, rosados e úmidos. Os caninos curvados eram os maiores que já vira. Já ouvira falar de uma criatura assim. Ele era um kyuketsuki4. O demônio sugador de sangue.


1. Jinja – templo xintoísta.

2. Hachiman – deus identificado com o antigo imperador Ojin e deus da guerra.

3. Oni – demônio.

4. Kyuketsuki – vampiro, em japonês. Palavra composta de três ideogramas: Kiu (sugador), Ketsu (sangue), Ki (demônio).

Título: Kaori – Perfume de Vampira
Autora: Giulia Moon
Editora: Giz Editorial
Número de páginas: 372
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PLANETA SAO PAULO



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Cowboy Gothic

ELUSIVE


(Noruega, desde 1997)

gothic-rock

http://www.elusive.no/
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CIBER & STEAM GOTHIC


AMDUSCIA

(Mexico, 1999)

EBM, Industrial, Dark Electro, Techno

http://www.amduscia.de/

http://www.myspace.com/amduscia

FIELDS OF THE NEPHILIM

(consideramos aqui a formação original da banda 1984-1991, Inglaterra.)

Em 1991 o vocalista Carl McCoy deixa a banda mas leva apenas o nome com ele, mudando em 1992 "The Nefilim" por razões legais. Os outros membros do Fields original formam a banda Rubicon com outro vocalista, lançando dois álbuns nos anos posteriores. Enquanto isso McCoy usa variações do nome Nephilim ao longo dos anos 90, com um som bem mais pesado do que os fans do Fields estavam acostumados. A banda rubicon termina em 1997.
No final dos anos 90 todos os membros tentam voltar a formar o Fields original, mas por diversas razões acaba não dando certo. Entre 2001 e 2005 outros membros do Fields lançam alguns álbuns como a banda "Last Rites".
McCoy lança em 2002 material antigo do F.O.T.N sem autorização dos demais membros e lança mais material próprio em 2006 o "Mourning Sun", com sonoridade distinta da banda original, mas com o nome The Fields of the Nephilim.

História mais complicada, só mesmo a do Sisters of Mercy, Sisterhood e do
The Mission... rs.

http://www.fields-of-the-nephilim.com/
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DEATHROCK GOTHIC

ALL GONE DEAD

(2004, Estados Unidos)

pos-punk, new wave, gothic-rock/ deathrock

http://www.allgonedead.net/

ouça:

http://www.myspace.com/allgonedead

debut album: Fallen and Forgotten (2006)
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MEDIEVAL E ETHEREAL

FAITH & THE MUSE


(formado 1993, Estados Unidos, por William Faith, ex-Cristian Death, e Monica Richards, ex- Strange Boutique )

Darkwave, Folk, Gothic-Rock, Electronic

http://www.mercyground.com/

http://www.kambriel.com/ftmgallery.html

top 5 songs:

top 5 songs:
Sparks
Silver Circle
Cantus
Shattered in Aspect
Old Souls
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90 S 00 S GOTHIC

DANDELION WINE


(Austrália, desde 1996, primeiro álbum em 2000 )

segundo a banda:
"ethereal medieval pos-dreampop"

http://www.dandelionwine.com.au/

http://www.myspace.com/aninexactscience
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VICTORIAN GOTHIC

FAUN



(Alemanha, desde 1998)

Darkwave, Folk, Gothic


ouça:
satyros
rosmarin
sirena
da que dues
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CLASSIC GOTHIC

(Originalmente "Bauhaus 1919". Considerada a banda gótica "modelo".
formado 1978, Londres, UK. terminou em 1983.
Se reuniu em 1998 para uma turnê e album alive, ainda em atividade.
Projetos solos principais: Love and Rockets, Tones on Tail,
Daniel Ash, Peter Murphy. )

ouça:
Bela Lugosi is Dead
She's in Parties
Dark Entries
Hollow Hills
Kick in the Eye
Slice of Life
Double Dare
Silent Edges
Lagartija Nick
Stigmata Martyr
The Passion of Lovers
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O MANIFESTO

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010.
QUER MANDAR ALGO PARA O BLOG??DEIXAR TEU RECADO??
EXPRESSAR SUA OPINIAO E IDEIAS E AFINS??
MANDE NOS UM E MAIL PARA gothicsorocaba@gmail.com
e tenha sua msg publicada neste blog!!
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NOVAS E RAPIDINHAS

-NESTA QUARTA FEIRA HAVERA NOITE GOTICA NO SOUND BAR !!COMPAREÇAMM! O SOUND BAR FICA NA R . Gonçalves Magalhães, 122 - Trujilo.
Na Rua debaixo da Uniso Trujilo, beirando a linha do trem das 7.
infoline- 3012 59 58 ou 96103403.
Geléia

- NESTA TERÇA FEIRA HAVERA O SEGUNDO PIQUE NIQUE GOTICO NO PARQUE DA AGUA VERMELHA! QUEM QUISER IR E SO COMPARECER NO TERMINAL SANTO ANTONIO AS 13:00 EM PONTO EM FRENTE A LOTERIA PARA EMBARQUE JUNTO COM OS OUTROS GOTICOS TBM!O PARQUE DA AGUA VERMELHA FICA NO PONTO FINAL DO INIBUS GUADALAJARA!

-MAIS UMA VEZ A ROSA SOMBRIA E A DARK ENTRIES SE UNIRAM PARA TRAZER NOVAMENTE O EVENTO GOTHIC FUSION 02 EM SOROCABA/SP NO TEKILAS BAR! E DESTA VEZ TERAO A COMPANIA DAS PRODUÇOES DA GROTESQUE EVNTOS GOTICOS DE MATO GROSSO DO SUL!! ESTREIANDO SEUS EVENTOS NO ESTADO DE SAO PAULO!!
ESPERAMSO TODOS QUE SEJA UM EVENTAÇO DAQUELES!!
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GOTHIC FUSION 02 ESTA A CAMINHO!!!

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CONEXAO GOTICA- PORTUGAL/PORTO





Nosssa conexao gotica foi ate alem ocenao para ancorar na europa mais precisamente em portugal na cidade de porto!
onde la tem uma super cena gotica de muitissimo bom gosto e ativa!! praticando desde meados de 2000 is famosos encontros goticos nesta cidade historica e com clima agravel,os goticos de portugal comparecem em peso ao chamdo sombrio para uma reuniao de musica,arte entretenimento cultural em geral no gotico!1
excelente!!!
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ARTIGO DO MOMENTO- CIBER GOTH



Cybergoth ou cyber goth, é uma subcultura derivada do cyberpunk, gótico, raver e rivethead.

Ao contrário dos góticos tradicionais, os cybergoths ouvem música eletrônica mais freqüentemente do que rock. Pode ser considerado um dos estilos mais excêntricos.

História
Embora o termo 'cybergoth' fosse dado em 1988 no Reino Unido, pela Games Workshop, por seu RPG Dark Future, o estilo da moda não surgiu até uma década depois.

O cybergoth combina elementos da música industrial, com um estilo conhecido como "graver".

O visual "graver" mistura o 'raver' britânico e o 'ClubKid' novaiorquino com um visual mais gótico e excêntrico. Essa fusão de estilos começou em 1999.

O estilo colorido dos ravers, não combinava com o estilo gótico. Em 2002, as vestimentas ravers super coloridas, foram influenciadas pelos acessórios industrials tais como as roupas pretas e "goggles" (óculos tipo aviador).

Os cyber goths de hoje tendem a usar roupas pretas, com detalhes em cores néon, e roupas feitas de materiais como Vinil, Látex, PVC e botas com plataformas gigantes.

Usar "Dread Falls" ou tingir o cabelo com cores brilhantes e vários piercings são típicos. "Goggles" são muitas vezes usados. Alguns cybers também usam máscaras de gás ou máscaras (muitas vezes de médico) em PVC.

Acreditam em um futuro caótico e adoram simbolos como o da radioatividade e biohazards.


Visual
O visual cybergoth é influenciado por filmes de ficção científica. Androginia é comum.

O estilo mistura roupas pretas com cores brilhantes, cores néon verde, vermelho, azul, cromo, ou rosa.

Materiais como borracha e PVC podem ser misturadas e combinadas em um esforço para criar uma aparência mais artificial.

Maquiagem com padrões cibernéticos, placas de circuitos LED, e óculos tipo aviador, normalmente usado na testa ou ao redor do pescoço.

Cabelos coloridos, às vezes com Dread Falls sintéticos, "CyberLox" (feito com um material conhecido como "Tubular Crin" e fiações elétricas) e "FoamFalls" (feitos com material EVA). Calças pretas apertadas e com fivelas, coletes, camisas rasgadas, Corsets em látex, máscaras de gás e botas plataforma.


Música
Geralmente música eletrônica, com batidas ácidas, com sintetizadores e letras agressivas. Gêneros como EBM, Synthpop, Futurepop, industrial, Dark electro e Darkwave.

Bandas como Aesthetic Perfection, Noisuf-X, Hocico, Angelspit, Ayria, Combichrist, The Birthday Massacre, DJ Sisen, Elegant Machinery, Extize, God Module, Grendel, Neuroticfish, The Prodigy, Suicide Commando, Static X, Terminal Choice, Wumpscut e Xotox.
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ENTREVISTA- NATY VAMP/por CENTRAL ROCK



Natália Cunha Trotti, 25 anos, é o nome verdadeiro de Naty Vamp.

Ela nos conta um pouco sobre a cena Gótica e seus costumes e ainda como adotou o estilo Gótico/Vampiro para seguir. Confira essa entrevista.

Central Rock: Para começar nossa entrevista eu gostaria de saber o seu nome e como surgiu o projeto que está fazendo muito sucesso.
Naty Vamp: Meu nome é Natália, mais conhecida como Naty Vamp. Meu Projeto - Uma idéia que surgiu enquanto moderava minhas comunidades sobre góticos no Orkut no final do ano de 2006... A subcultura gótica é um misto de visual + música, foi onde surgiu a idéia de criar algo usando a beleza gótica feminina. Quis fazer algo que pudesse mostrar sobre elas (Meninas Góticas Famosas) usando diversos temas dentro do que envolve “o gótico” e como isso seria mostrado por cada uma delas e como poderia ficar em cada uma.

Central Rock: Seu interesse pela música gótica veio de que forma?
Naty Vamp: Aos 13 anos de Idade, um tio já falecido curtia muito rock, só que de uma forma geral, um dia ele estava ouvindo The Sisters Of Mercy, e gostei muito, e fui procurar conhecer mais sobre a banda, então tudo começou pelo The Sisters.

Central Rock: O que é ser Gótico?
Naty Vamp: Ser gótico ao contrário do que muitas pessoas falam e afirmam de forma errada, não é nascer gótico e muito menos ter a alma gótica, é um conjunto de visual, música, conhecimento sobre a cena, algo simples e ao mesmo templo complexo, ainda existem pessoas que distorcem muito ao falar do assunto causando polêmicas, e até mesmo enxergando o Gótico como uma pessoa depressiva, mal-humorada, entre tantas outras coisas que são apontadas mais uma vez de forma errada por não ter o verdadeiro conhecimento sobre o assunto e por tantas pessoas que se dizem “góticas” acabar representando a cena de forma errada.

Central Rock: Qual a sua visão sobre o cenário gótico brasileiro?
Naty Vamp: Hoje grande parte dos adolescentes no Brasil dizem que são góticos.

Central Rock: Gostaria que você nos explicasse sobre a arte cemiterial?
Naty Vamp: Os cemitérios mais antigos encontramos trabalhos de artistas famosos. Em alguns casos, os mausoléus são verdadeiras obras de arte, alvos de visitas, mas deixando claro que não é uma regra freqüentar cemitérios só porque você é gótico, vai quem quer... para ler um livro, para pensar na vida, ou apenas para admirar as artes que podemos encontrar em alguns túmulos.

Central Rock: Qual é o seu tipo de literatura?
Naty Vamp: Amo leitura de forma geral, mas o que mais me atrai são livros sobre Teatro, alguns de Filosofia, Terror, Suspense, Vampiros...

Central Rock: Como é organizado cada um de seus eventos?
Naty Vamp: São eventos realizados aqui no ABC – SP, são voltados a cena Gótica que infelizmente aqui no ABC está precária, são poucos os eventos, eu mesma estou dando um espaço maior entre um evento e outro, O trabalho costuma ser em equipe, geralmente tenho de 3 a 4 pessoas me ajudando.

Central Rock: Falando em eventos. O que achou do convite da Central Rock para participar da festa de fim de ano no dia 6 de Dezembro na chácara Santa Isabel. Pode ainda nos dizer quais serão as novidades para o público Gótico?
Naty Vamp: Achei maravilhoso, principalmente porque já é um evento voltado para o Rock, e acho que vai ser muito bom ter um espaço para galera Gótica lá... Novidades???? (risos)... aguarde e confira!!!

Central Rock: Você acha que a cena Gótica paulistana é unida, tem força. O que precisa ser feito para melhorar?
Naty Vamp: Existem muitas “panelas”, acho que ainda falta muito para ser unida, apesar de ter um peso aqui em SP, os eventos poderiam ser de melhor qualidade, com mais divulgação e freqüência, fazer qualquer evento em qualquer lugar, qualquer um pode fazer, mas que tenha qualidade em DJ´S , no ambiente, nas atrações... isso é mais difícil de encontrar.

Central Rock: Para encerrar as considerações finais são sua.
Naty Vamp: Primeiramente gostaria de agradecer o espaço que vocês da Central Rock estão me dando, agradecer a todas as pessoas que têm acompanhado meu trabalho com o site Góticas Famosas, a todos os fãs e amigos que sempre estão comigo.“A VIDA É CAIR SETE VEZES E LEVANTAR OITO"!!! O mais importante é sabermos o que fazer quando estamos mais uma vez de pé, por mais constrangedor e desagradável que isso seja já aprendemos a nos levantar. Deveríamos ajudar as pessoas a fazer o melhor daqui pra frente! Vamos rever algumas coisinhas em nós mesmos? O egoísmo das pessoas de olharem apenas para si e ainda fingirem que são as melhores pessoas do mundo... Se quisermos melhorar a cena Gótica, temos que unir pessoas e não afastá-las com críticas, Afinal ninguém nasce sabendo!!!
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LITERATURA GOTICA

A literatura gótica inicia-se no século XVIII, na Inglaterra, com a obra O Castelo de Otranto (1764), de Horace Walpole. Costuma-se destacar, como algumas das principais características desse tipo de literatura, os cenários medievais (castelos, igrejas, florestas, ruínas), os personagens melodramáticos (donzelas, cavaleiros, vilões, os criados), os temas e símbolos recorrentes (segredos do passado, manuscritos escondidos, profecias, maldições).

Outras leituras possíveis da literatura gótica envolvem destacar nos romances o uso da psicologia do terror (o medo, a loucura, a devassidão sexual, a deformação do corpo), do imaginário sobrenatural (fantasmas, demônios, espectros, monstros), das reflexões sobre o Poder (colonialismo, o papel da mulher, sexualidade), da discussão política (monarquismo, republicanismo, as Revoluções, a industrialização), dos aspectos religiosos (catolicismo, protestantismo, a Inquisição, as Cruzadas), das concepções estéticas (neoclassicismo, romantismo, o Sublime) e filosóficas (a Natureza, Platão, Aristóteles, Rousseau), além de outras possíveis chaves interpretativas.

Momentos Formadores: a origem da palavra "gótico"
Em princípio, "gótico" é um adjetivo que se refere a tribo dos Godos, povo de cultura germânica que habitava a região do baixo Danúbio, localizados na parte leste (Ostrogodos) e na parte oeste (Visigodos). Sabe-se muito pouco a respeito desse povo, já que eles não escreviam, e o que chegou até nós foi por intermédio do bispo Ulfilas, que registrou sua língua e costumes enquanto ensinava-lhes a Bíblia. Atribui-se a esse povo participação no desmantelamento do Império Romano no século IV. Através de sucessivos ataques pelo norte, os Godos ajudaram a enfraquecer o poder central em Roma.

Posteriormente, os Godos invadiram grande parte do império romano e se tornaram rapidamente romanizados. Os Visigodos se espalharam pela Europa, no século V, e chegaram até a península ibérica. Sua presença poderia ser notada em palavras como Catalunha, de Gothalania (não comprovado), Fernando , de Frithernandus (não comprovado) e albergue, de Haribergo. Sendo um povo nômade e de pouco registo cultural os traços sua presença já haviam sido diluídos pela cultura romana no século VII. A presença gótica em Portugal é tratada num contexto histórico e ficcional pelo escritor Alexandre Herculano em Eurico, o Presbítero (1844).

No século XII, o monge Suger surge com uma inovação arquitetônica que promete acabar com as igrejas escuras. A igreja de Saint Denis é a primeira a utilizar a substituição das paredes por vitrais coloridos, avanços estes obtidos através de arcobotantes, cruzarias e contrafortes como opções de sustentação. O crítico de arte Vasari batizou esse novo estilo de gótico ou estilo ogival, cujo arco quebrado seria símbolo de mão postas ao céu em oração.

Momentos Formadores: A literatura gótica em sua época
A década de 1790 representou o auge da literatura gótica, é nesse período que suas principais obras são escritas consagrando autores como Ann Radcliffe e Matthew Lewis, por exemplo. Entretanto, se o termo 'gótico' já era conhecido na Inglaterra desde a época Shakespeare, até esse momento ainda não havia ainda consolidado um significado confortável para a palavra. 'Gótico' era empregado em um encontro de vertentes políticas e condições históricas, de ansiedades sobre a vida que encontrariam sumarização por meio de romance.

Dizer "gótico" podia ter diversas conotações, dependendo de lado a discussão se estava. Naquele contexto a palavra podia conotar: antiquarianismo inglês, diletantismo do partido Whig, influências do sturm und drang alemão, Jacobinismo, ocultismo e medo de sociedades secretas, nacionalismo inglês conservador, anti-catolicismo, medo da Inquisição, nostalgia do mundo feudal, medo da Revoluçao Francesa e uma série de outros significados antagônicos entre si. Apesar de ser um movimento multi-facetado, reflexo de conjunturas históricas e políticas, pode-se notar que a literatura gótica é, em grande parte, uma literatura ligada ao terror e ao medo.

Talvez, uma melhor maneira de se compreender o gótico na literatura seja entendê-lo como um momento narrativo no qual a nossa razão é desafiada por um acontecimento insólito. Como discurso literário, o efeito "gótico" consiste na criação de uma atmosfera narrativa, que deve envolver o leitor na história, para em seguida assustá-lo, mas de modo que lhe provoque prazer. Entendida assim, como efeito narrativo, a literatura gótica é um dos mais influentes modelos narrativos para as histórias de horror e terror que temos atualmente.


Características
Há uma relativa consistência nas convenções narrativas que fazem do romance gótico uma literatura reconhecível como tal, mas que não chega a constituir um gênero. O romance gótico é uma manifestação essencialmente híbrida, um elo entre o romanesco e o romance no qual uma atmosfera de mistério, aflição e terror prevalece. Chamados de “góticos” por retirarem sua inspiração de construções medievais, em parte, pode-se dizer que tais romances representaram uma volta ao passado feudal, provocada pela desilusão com os ideais racionalistas e pela tomada de consciência individual frente aos dilemas culturais que surgiram na Inglaterra a partir da metade final do século XVIII.

Por este ângulo, o romance gótico representa uma mescla de tradições distintas, uma mistura entre o mitológico e o mimético, entre imaginação e realidade. A proposta subjacente seria o retorno a uma época de sonhos, contra o materialismo burguês e, até certo ponto, de encontro às características gerais do Iluminismo. Nesses romances aquelas convicções mais simples do pensamento cartesiano e racionalista são postas em dúvida em detrimento de um discurso do sentimento, o qual, ora choroso ora violento, é freqüentemente exagerado na sua representação das emoções. À luz de uma filosofia da literatura, o romance gótico levantou questões que desafiaram o projeto das Luzes ao expor, em parte, a natureza caótica do mundo e a contingência da vida. Ao se encarregarem de uma disposição existencial mais lúgubre, tais romancistas abrem um caminho para o surgimento da psicanálise do século seguinte, apresentando em suas narrativas a divisão ontológica do ser humano em duas grandes matrizes constitutivas: às vezes equilibrado, racional, harmônico (clássico) e às vezes exaltado, sentimental, excessivo (então gótico, ou possivelmente barroco).

Em oposição à filosofia neoclássica, de procedência aristotélica, os autores góticos investiram na criação de imagens obscuras e representações simbólicas. O medo e o anseio pela morte foram temas centrais nessas narrativas cujos enredos oscilavam entre a realidade verificável e a aceitação de um mundo sobrenatural. O romance gótico catalisou imagens que, devidamente adaptadas, reaparecerão no romance histórico do século posterior. Alguns exemplos recorrentes dessas imagens iniciais são: abadias decadentes habitadas por clérigos maléficos, castelos sinistros onde aristocratas tirânicos vivem isolados da sociedade como um todo. Dentro desses cenários, é possível que portas se fechem misteriosamente e velas se apaguem com uma súbita rajada de vento ao se caminhar em corredores escuros. Enquanto isso, personagens se locomovem através de passagens secretas ou se escondem em úmidos recintos subterrâneos. Em contraposição às ambientações internas, geralmente tensas e claustrofóbicas, também são freqüentes nesses romances as representações de quadros externos, ou seja, a interpretação de cenas da Natureza. Entretanto, o interesse por tais temas naturais não foi exclusividade da narrativa gótica e remontam a tradição clássica. A Natureza, enquanto tópico literário, já se encontra presente em Horácio e em Virgílio, cujo conceito de locus amoenus seria revisitado pelo neoclassicismo. Todavia, a Natureza nos romances góticos freqüentemente se reveste de um certo terror, cujo efeito é alcançado por uma retórica do excesso, uma linguagem hiperbólica com ênfase adjetival que torna o cenário grandioso e intimidante: vastas paisagens, montanhas, abismos, vulcões, tempestades, mares revoltos, cachoeiras trovejantes, florestas escuras nas quais bandidos cruéis espreitam e as heroínas perseguidas temem (e os leitores desejam) que o pior lhes aconteça.

Enquanto fenômeno comercial, o romance gótico, essa ficção pré-romântica e pseudomedieval, foi intensamente produzida e avidamente lida na Inglaterra do final do século XVIII até o começo do século XIX. Durante o período os romances góticos haviam se tornado voga e obsessão entre um público leitor que não se cansava de consumi-los. A publicação desses romances havia virado um negócio rentável para livreiros e escritores profissionais constantemente ocupados em suprir a demanda de um número crescente de leitores e em prover lançamentos para os gabinetes de leitura.Mas o ciclo de prosperidade teve curta duração. O romance gótico alcança seu auge na década de 1790, com a publicação das obras que consolidam suas características principais. Todavia, ao final da próxima década esses romances já eram tido como um produto literário “obsoleto”, criticado em seus aspectos mais extravagantes.

O grande sucesso de público deu início a uma série de lançamentos do mesmo formato. O furor desencadeado pela ficção gótica ocasionou uma produção enorme, em sua maioria direcionada para a venda e com pouca preocupação pela inovação literária. As imagens e símbolos usados pelos autores para a criação de efeito (ruínas, monastérios, castelos, labirintos, igrejas), as ambientações em países distantes e católicos, a donzela em perigo, seriam exemplos desses lugares-comuns. Primeira literatura pré-fabricada da História, a saturação da produção, a complexidade e previsibilidade dos enredos seriam os motivos para o declínio desse gótico passível de formularização, em função de uma literatura vitoriana de aspectos mais referenciais e contemporâneos, mas que volta e meia vê o gótico ressurgir nos espessos fogs londrinos de Dickens, por exemplo. Esse gótico reaparecerá no Romantismo do século seguinte fornecendo 1) quase uma cartilha para uma estética de efeito, 2) um inventário de objetos e situações e 3) a relação psicológica do homem com aquilo que ele considera o mundo exterior, embora o entendimento da cultura e da História já tenha mudado.


Apresentando o Gótico (horror e comédia)

Strawberry Hill, o castelo fajuto de Horace Walpole. Construído com a sua fortuna entre 1749 e 1776 para fugir de um mundo que mudava rapidamente e para atender o seu gosto pelo passado medieval.The Castle of Otranto, subtítulo a gothick story (1764), escrito por Sir Horace Walpole, é a obra seminal que marca o uso do termo gótico em literatura pela primeira vez. O pequeno romance, O Castelo de Otranto é um autodeclarado híbrido entre o antigo e o moderno (ver prefácios), entre o romanesco e o romance, colocando em cena um elmo monstruoso, espadas gigantes, uma mão invisível, calabouços labirínticos, quadros fantasmagóricos e toda a parafernália sobrenatural que faria o sucesso dos romances góticos subseqüentes. A veia teatral e cômica desta narrativa são aspectos declarados pelo próprio autor no prefácio à segunda edição (1765), mas que a crítica especializada não costuma destacar. Walpole foi um erudito, um diletante e um entusiasta da idade medieval e, a leitura do romance deixará patente que ele não pretendia ser levado a sério com este livro. O interesse do autor por assuntos medievais se manifesta nas descrições meticulosas do cenário, já que a narrativa investe na representação de átrios, pórticos, abóbadas, criptas e galerias. São precisamente essas características arquitetônicas que conferem o status de “gótico” ao romance walpoliano.


Panfleto do período vitoriano. O romance é transformado em comédia teatral.Na história, o único filho do príncipe usurpador Manfred, o enfermiço príncipe Conrad, morre no dia do seu casamento. O acontecimento é insólito: um elmo gigantesco cai misteriosamente do céu esmagando o jovem príncipe. Sem herdeiros e com uma antiga maldição do castelo pairando sobre a sua dinastia, o pai Manfred passa então a assediar sexualmente a noiva do filho morto. Obcecado pela idéia de desposar Isabella, contra a vontade da donzela, Manfred passa a rejeitar veementemente a filha “inútil” e a esposa “estéril”, tentando de todas as formas evitar a terrível profecia.

Não obstante, dos acontecimentos de inspiração sobrenatural desta obra derivará a tradição gótica inglesa, toda a literatura de Ann Radcliffe, o ser errante de Charles Maturin, Melmoth, the wanderer (1820), Dracula (1897) de Bram Stoker, todo o imaginário gótico anglo-americano do século XIX, nomeadamente, os contos de Edgar Allan Poe e Nathaniel Hawthorne, assim como as histórias de suspense, de detetives, romances policiais e thrillers contemporâneos. No momento assistimos à era digital reatualizar o gótico por meio de cartoons, graphic novels e videogames.


Reformulações do gótico walpoliano
The Castle of Otranto (1764) foi considerado demasiadamente inverossímil por seus sucessores e por essa razão autores posteriores preferiram reformar aquela narrativa estranha e pouco sofisticada. The Old English Baron, a gothic story (1777), se apropria do subtítulo walpoliano, a seu contragosto, e fornece a sua versão do que seria um romance gótico. Escrito por Clara Reeve, este romance trouxe o cenário de volta à Inglaterra e investiu numa história menos extravagante, mais realista e melodramática. Outras romancistas, como Sophia Lee, autora de The Recess; or, A Tale of Other Times (1783-1785), e Charlotte Smith, autora de Emmeline: The Orphan of the Castle (1788), também ajudaram a construir o romance gótico. Na década seguinte Eliza Parsons lançou The Castle of Wolfenbach (1793) e The Mysterious Warning (1796), Regina Maria Roche escreveu Clermont e Eleanor Sleath compõs The Orphan of the Rhine, ambos publicados em 1798. Note-se aqui que o romance gótico inglês vai se tornando e se consolida como uma ficção predominantemente escrita por mulheres. Entretanto, as romancistas preferiram uma escrita mais “doméstica”, nas quais as situações descritas, se não eram mais prováveis, não representavam as circunstâncias sobrenaturais como eventos reais, mas como frutos de um medo imaginário.

À maneira de Walpole, essas escritoras também usaram heroínas e ambientaram suas histórias na Idade Média ou Renascença, representando o passado nos termos da moralidade e da racionalidade vigentes. O romance Zofloya, or, The Moor: A Romance of the Fifteenth Century (1806), de Charlotte Dacre, destoa das obras acima ao transgredir as convenções de gênero estabelecidas e insinuar o desejo de sexo interracial. Tal como Desdêmona de Shakespeare, a heroína do romance, Victoria, se deixa seduzir pelas histórias mouriscas. No romance de Charlotte Dacre as expectativas convencionais do papel feminino são quebradas, pois Victoria também seduz o servo “negro”, mas em uma reviravolta gótica, no último momento, o necromante Zofloya revela a sua face demoníaca e atira Victoria a um precipício.


Fonthill Abbey, propriedade do escritor William Beckford, construída no século XVIII imitando o estilo gótico medieval. A construção, iniciada em 1795, fez parte do reflorescimento gótico inglês. Sua torre ruiu em 1825.Fascinado pelo lado mais extravagante do Oriente, o aristocrata inglês William Beckford investiu numa representação mais luxuriante de um déspota árabe para criar o seu infernal califa Vathek (1786). Escrito originalmente em francês, o romance de Beckford recriou fantásticos cenários orientais dedicados à apreciação sensualista. As imagens dos cinco palácios do califa (The eternal or unsatiating Banquet; The Temple of Melody, or The Nectar of the Soul; The Delight of the Eyes, or The Support of Memory; The Palace of Perfumes e The Retreat of Mirth or The dangerous) são descrições representativas desse projetado epicurismo e autoritarismo oriental. Apesar do seu discurso freqüentemente se revestir de aspectos estereotipados do Oriente, pois seu califa é praticamente um bufão, Beckford abordou uma procura fáustica pelo oculto, representou as paixões desmedidas e enfocou o estrangeiro/aristocrata como corrupto e ameaçador, caracterizando um romance gótico-exótico.

Uma ficção mais consolidada e representativa dos aspectos que viriam a designar o romance gótico inglês surgiu com Anne Ward Radcliffe (1764-1823). De modo geral, os seus romances são considerados o zênite de uma produção gótica “canonizada”. Ela freqüentemente obtinha comentários favoráveis dos críticos de sua época, os quais aprovavam sua “correctness of sentiment”, sua “elegance of style” e “proper characterisation”. Anne Radcliffe, sem dúvida, representa o ápice de um romance popular e comercial. The great enchantress, como era chamada, tinha uma imaginação prodigiosa, conhecia bem as obras dos romancistas anteriores, tanto daqueles que desenvolveram o culto do suspense como os que investiram em histórias sentimentais. Em suas histórias Radcliffe deu ênfase à representação da pobre heroína perseguida ou “persecuted innocence”, trabalhando aspectos aprendidos com Samuel Richardson.

Radcliffe também usou habilidosamente as teorias de Edmund Burke sobre o Sublime para atingir os efeitos de suspense nas suas histórias. Nas suas obras há grandes descrições de quadros naturais, inspirados na poesia e na pintura. Consta que Radcliffe uma vez disse que seu objetivo era pintar quadros com palavras, em seus romances são muitas as referências ao ato de desenhar e pintar. Seus principais romances combinam a plasticidade nas descrições com uma prosa poética, são eles: The Castles of Athlin and Dunbayne (1789), A Sicilian Romance ([[1790[[), The Romance of the Forest (1791), The Mysteries of Udolpho (1794). Grande parte de sua reputação literária vem deste romance, seguido de The Italian, or The Confessional of the Black Penitents (1797). A popularidade de Anne Radcliffe pode ser atestada pelos inúmeros imitadores do seu trabalho, os quais trocavam algumas palavras e surgiam com títulos como: The Mysteries of the Forest, The Monk of Udolpho, Italian Mysteries, e até pseudônimos tão pouco originais como Mary Ann Radcliffe. Todavia, nenhuma dessas emulações poderia competir em pé de igualdade com o que Radcliffe fazia de melhor. Seu trabalho influenciou a geração subseqüente de ilustres escritores, nominalmente Sir Walter Scott, Lord Byron, Charles Maturin e Charlotte Brontë. Todavia, Scott e Brönte não podem ser considerados escritores de literatura gótica, pois, na época em que viveram, o entendimento da realidade e da História já havia mudado.

Em Northanger Abbey (1818), Jane Austen opera nos limites estabelecidos pelas histórias de Anne Radcliffe, parodiando e expondo a estrutura desses romances góticos excessivamente fantasiosos. Austen parodia as fantasias absurdas dos romances góticos e o seu gosto por um universo imaginário em detrimento de uma perspectiva mais realista e referencial. Este romance já se tornou um paradigma satírico dos romances góticos, mas, visto de outra maneira, o livro insinuaria a força contagiosa da ficção na vida real, manifestada nas vicissitudes da jovem Catherine Morland que se cerca de cenários, atmosferas e situações que fazem o romance gótico reconhecível com tal. Parte da ação de Northanger Abbey consiste em conversas em torno de romances góticos, nas quais os personagens (masculinos e femininos) discutem pontos de vista sobre esse tipo de ficção. Udolpho é o romance mais comentado, todavia há sete romances (Castle of Wolfenbach, Clermont, The Mysterious Warning, Necromancer of the Black Forest, Midnight Bell, Orphan of the Rhine e Horrid Mysteries) citados em um trecho do livro que ficaram conhecidos como The Northanger Novels. Por muito tempo acreditou-se que Austen havia inventado alguns desses títulos, mas são de fato livros reais, muitos re-publicados recentemente. De certa forma, Northanger Abbey funcionaria como The Female Quixote (1752) de Charlotte Lennox, cujas percepções do mundo são moldadas a partir da leitura de certos tipos de livros.

Entre os dois mais bem-sucedidos romances de Radcliffe, Matthew Lewis publica The Monk (1796). Esta obra importunou a fleuma da sociedade inglesa ao retratar um crime triplo: estupro seguido de incesto e cometido por um eclesiástico. O padre Ambrosio viola sua paroquiana e descobre que ela é sua irmã. The Monk dialogou com a fórmula literária que havia definido o gótico sob a influência de Radcliffe, ou seja, o sobrenatural subjugado às explicações racionais, a solução narrativa conhecida como “explained supernatural”. Ao apresentar uma literatura gótica diferente da mistura entre “romance sentimental” e “sobrenatural explicado”, Lewis gerou uma enorme polêmica sobre moralidade e conduta social. A respeito dessa narrativa Coleridge disse: “a romance, which if a parent saw in the hands of a son or a daughter, he might reasonably turn pale”. Por descrever cenas de sexo e putrefação de corpos, o romance foi considerado escandaloso para a época e o seu autor, que também era MP (membro do parlamento inglês), quase perdeu o mandato. A variante gótica de Lewis se baseava no Schauerroman (horror-romance) alemão, uma ficção mais abrupta e violenta (não é considerada gótica) que admitia a existência de entidades sobrenaturais. O escritor, que havia aprendido alemão na adolescência, traduziu para o inglês as obras de autores que estavam em voga na Alemanha, inclusive copiou trechos inteiros da tradição germânica e os acrescentou aos seus romances. Cito como exemplo um episódio que se encontra no capítulo quatro de The Monk, a lenda da bleeding nun, que faz parte da imaginação folclórica alemã, ou ainda the corpse bride (a noiva cadáver que Don Raymond desposa por engano), lenda germânica que também é mencionada no romance. Aos olhos de hoje, a provocação de Lewis parece incompleta, pois o caso nem ao menos se passa na Inglaterra, mas na Espanha, e, com a punição de Ambrosio, a ordem social burguesa achata e suplanta a rebeldia do vilão. Não obstante, Lewis e Radcliffe são os dois autores que consolidaram o núcleo do romance gótico inglês.

Escritores do século XVIII não tinham dúvidas de que os romances góticos representavam um tipo de literatura política. Além da interpretação do Marquês de Sade, sobre a emergência da literatura gótica em conexão com a Revolução Francesa (ver prefácio: Les Crimes D'Amour, 1800) outra leitura muito influente pode ser vista em The Pursuits of Literature (1796), de T. J. Matthias, no qual ele pretende distinguir a grande, bem intencionada literatura daquela subversiva. Matthias entende que a literatura deveria cumprir um papel ideológico na sustentação da democracia e do projeto de nação inglês. Para ele, o romance gótico não desempenhava essa função a contento, pois parecia se identificar com a confusão, o excessivo, o comportamento passional e as conspirações revolucionárias. O autor defende a existência da ordem política, doméstica e religiosa do país, usando um tom que lembra o de Burke em Reflexões sobre a Revolução em França. Parece ter escapado Matthias que os padrões, estratégias e conclusões da maioria das representações ficcionais (salvo a de dissidentes como Shelley, Wollstonecraft e Paine) convergia exatamente para os ideais a que ele aspirava.

Melmoth, the wanderer (1820) de Charles Maturin, é considerado o último suspiro dessa era gótica, a qual produziu uma literatura popular de consumo, durante os anos de 1764 a 1820. Costuma-se dizer que após essa última baliza temporal a ficção gótica começa a declinar, pois a previsibilidade dos romances, impregnada de um sensacionalismo exagerado, havia gastado sua magia junto aos leitores. Entretanto, tal periodização não se sustenta, já que a partir de 1820 a inquietação e o medo provocados pela Independência dos Estados Unidos (1776), a Revolução Francesa (1789) e pelas idéias do iluminismo burguês são transferidos para outros assuntos. Voltando-se para os novos paradoxos do racionalismo, gerados pelo crescente desenvolvimento científico, outras obras dão continuidade a essa mentalidade. O deslocamento da literatura gótica, que é em essência uma literatura de terror, para temas mais condizentes com a época pode ser verificado em Frankenstein, or The Modern Prometheus (1820), escrito em 1818 por Mary Shelley. Outras obras representativas dessa mudança de foco são: The Strange Case of Dr. Jeckill and Mr. Hyde (1886), até as inquietações vitorianas em The Island of Dr. Moreau (1896), de H. G. Wells e Dracula (1897) de Bram Stocker. Estas obras exploraram um terror mais científico e moderno, envolvendo aparelhos e tecnologia, como telégrafos, trens e máquinas de escrever.

A literatura gótica se apresenta na forma de romances e constitui uma manifestação literária ocorrida especificamente na Inglaterra e compreendida dentro de uma baliza temporal (1764-1820), ainda que alguns dos seus elementos reapareçam nos séculos posteriores. O romanesco, que havia permanecido na produção do início do século XVIII como forma residual, volta a ganhar força com a ascensão do romance gótico a partir do meado do século e rivaliza com a produção culta, científica e histórica. Em termos de periodização, a maioria dos teóricos admite a passagem da escola neoclássica para a escola romântica, deixando de fora este movimento de uma literatura menor que se perpetua até hoje na literatura e cinema moderno.


Gótico Europeu (França e Alemanha)
Além da Inglaterra podemos notar a proliferação de um gótico europeu, principalmente na França representada pelos os grandes autores de histórias extraordinárias como Prosper Mérimée, Gustavo Adolfo Bécquer, e na Alemanha com E.T.A. Hoffmann.


Romances Formadores (o gótico clássico)
The Castle of Otranto (1764) escrito por Horace Walpole (Texto completo em inglês IN: Project Gutenberg)
Vathek, an Arabian Tale (1786) escrito por William Beckford (Texto completo em inglês IN: Project Gutenberg)
The Mysteries of Udolpho (1794) escrito por Ann Radcliffe (Texto completo em inglês IN: Project Gutenberg)
Caleb Williams (1794) escrito por William Godwin (Texto completo em inglês IN: Project Gutenberg)
The Monk (1796) escrito por Matthew Lewis (Texto completo em inglês IN: Project Gutenberg)
The Italian (1797) escrito por Ann Radcliffe (Texto completo em inglês IN: Tropical Gothic)
Clermont (1798) escrito por Regina Maria Roche
The Children of the Abbey (1796) escrito por Regina Maria Roche
Frankenstein (1820) escrito por Mary Shelley (Texto completo em inglês IN: Tropical Gothic)
Melmoth the Wanderer (1820) escrito por Charles Robert Maturin (Texto completo em inglês IN: HorrorMasters.com)


Desenvolvimentos Posteriores (a persistência do gótico)
Northanger Abbey (1818) escrito por Jane Austen (Texto Completo em inglês IN: Wikisource)
Nightmare Abbey (1818) escrito por Thomas Love Peacock (Texto completo em inglês IN: Project Gutenberg)
Carmilla (1872) escrito por Joseph Sheridan le Fanu (Texto completo em inglês IN: Project Gutenberg)
The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde (1886) de Robert Louis Stevenson (Texto completo em inglês IN: Project Gutenberg)
The Picture of Dorian Gray (1891) escrito por Oscar Wilde (Texto completo IN: Project Gutenberg)
Dracula (1897) escrito por Bram Stoker (Texto completo em inglês IN: Wikisource)
The Turn of the Screw (1898) by Henry James(Texto completo em inglês IN: Project Gutenberg)
The Monkey's Paw (1902) escrito por W.W. Jacobs (Texto completo em inglês IN: Project Gutenberg)

Literatura Crítica (cronologicamente)
Edith Birkhead (1921) The Tale of Terror.

Montague Summers (1938) Gothic Quest.

Devendra Varma (1957) The Gothic Flame.

Victor Sage (1985) Horror Fiction in the Protestant Tradition.

David Punter (1996) The Literature of Terror.

Maggie Kilgour (1995)The Rise of the Gothic Novel, Routledge.

Fred Botting (1996) Gothic, Routledge.
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