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FALE COM A GOTHIC SOROCABA

segunda-feira, 15 de março de 2010.
gothicsorocaba@gmail.com
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NOVAS E RAPIDINHAS





SUPERSONIC INFORMA

28/03 - domingo - 19h

SONIC PARTY

gothic rock - 80's - E.B.M.

decoração com velas
pista
fumaça
strobo

no SOUND BAR

IMPERDÍVEL > IMPERDÍVEL > IMPERDÍVEL

10/04 - SÁBADO

SONIC PARTY

DJ SET CAROLSONIC

gothic rock - 80's - pós punk nacional - E.B.M.

..especial SUICIDE COMMAND x BLUTENGEL..

*******fumaça e strobo na pista******

22h - R$ 5,00 - no TEQUILAS ROCK BAR
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PLANETA SAO APULO

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BALADA CAMPINAS !!!!

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A MUSICA NA SUBCULTURA GOTICA-por H.A.KIPPER

A Happy House in a Black Planet: Introdução à Subcultura Gótica
Novos Artigos sobre a Subcultura Gótica


A MÚSICA NA SUBCULTURA GÓTICA: DIVERSIFICADA, ECLÉTICA E MUTANTE


1- GÊNEROS MUSICAIS X SUBCULTURAS MUSICAIS

Existe muita confusão entre “gêneros musicais”, “subculturas musicais” e outros tipos de subculturas que incluem música. Para tentar esclarecer, vamos começar fazendo uma distinção entre dois tipos possíveis de subculturas que incluem expressão musical:

A) SUBCULTURAS COM UM GÊNERO MUSICAL – E COM O MESMO NOME:
algumas subculturas se definem por UM gênero musical e variações deste. Ex: Hip-Hop, Blues, Punk, Metal, Rockers, etc. Aqui, o nome de um grupo social deriva diretamente de UM gênero musical e suas variações. O grupo social usa o nome desse gênero musical.

B) SUBCULTURAS COM VÁRIOS GÊNEROS MUSICAIS- E COM OUTRO NOME:
algumas subculturas aplicam algumas características significativas do seu estilo próprio a vários gêneros musicais, usando-os para expressar seu estilo e estética (1) característicos, mesmo que alguns gêneros musicais sejam mais privilegiados. Ex: Hippies, Góticos, Teds, Beats, etc. Assim, não existe neste caso um único “gênero musical Hippie” nem um único “gênero musical Gótico”. Existem “características de estilo Hippies” ou “características de estilo Góticas” aplicadas a vários gêneros musicais.

C) LIMITAÇÃO:
Mas há uma limitação importante para a aplicação de um estilo subcultural a qualquer estilo musical: há rejeição ao uso de gêneros musicais historicamente ligados a outras “subculturas musicais” (que carregam o nome desse gênero musical), pois estes gêneros musicais tendem a ser associados pelos ouvintes ao caráter (2), valores e comportamentos das subculturas relacionadas de mesmo nome. Musicalmente não haveria problema, mas a música é também um fenômeno cultural e social que não existe isolada em uma bolha (a não ser no circuito comercial e mainstream).


Por isso há tanto conflito quando uma banda Gótica usa o gênero musical “metal” ou “hip-hop”. Há uma confusão pois os gêneros musicais “hip-hop” e “metal” remetem com muita força aos significados extra-musicais e valores das subculturas que recebem os nomes “metal” e “hip-hop”. O mesmo problema não acontece quando bandas Góticas usam gêneros musicais não ligados a um “grupo subcultural com um único gênero musical de mesmo nome” (tipo A). Synth, electro, rock (hoje), ethereal, são gêneros musicais que não nomeiam grupos sociais específicos, o contrário do que acontece com punk, hip-hop ou metal.


Também sofreria rejeição uma banda Gótica que usasse um gênero musical não ligado a outra subcultura, mas associado a algum grupo social ligado aos gêneros e modas musicais do mercado de massa. Por exemplo, um grupo Gótico que fizesse um som tipicamente pagode-pop ou sertanejo-pop.


GOSTO PESSOAL:

Mas nada impede de uma pessoa fortemente ligada a uma cena subcultural X ou Y desfrutar da qualidade de um estilo musical não relacionado a esta cena X ou Y. Por exemplo, uma pessoa profundamente identificada com os demais elementos estéticos, comunidades e valores da subcultura Hip-Hop pode desfrutar de outros estilos musicais. Apenas a música Hip-Hop vai ter mais significados para esta pessoa por estar ligada a outros elementos de sua vida e de suas escolhas pessoais.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado para um Gótico que goste também de Hip-Hop ou Samba, ou um Headbanger que goste de Hardcore ou Tecno, etc. Ao mesmo tempo, o Hip-hop (como outros gêneros musicais comentados) é também consumido no circuito comercial mundial sem estar ligado a outros elementos culturais.


2- ECLETISMO E DIVERSIDADE MUSICAL NAS CENAS GÓTICAS

Nas cenas de uma subcultura que não é nomeada por um gênero musical (caso da Hippie ou Gótica), geralmente existe maior variedade ou mistura de outros gêneros musicais. Logo, existem pontos de contato com outras cenas musicais/culturais. Por exemplo, bandas Góticas que musicalmente podem ser classificadas como "electro", “hard rock” ou “synth”. Não é apenas o gênero musical que faz estas bandas serem Góticas, mas outros elementos acrescentados na estética músical.


Acontece também o fenômeno de bandas não-góticas de gêneros musicais semelhantes aos mais usados por bandas góticas serem bem aceitas.


Da mesma forma que a maioria das bandas pos-punk não é Gótica, a maioria das bandas electro também não é. Mas existem muitas bandas Góticas que usam os estilos musicais pos-punk ou electro. Assim, se alguém fizer uma festa "electro" pode tocar estas bandas, mas aí você já não está em uma "festa gótica". Já na cena Gótica você vai ouvir uma grande diversidade de gêneros musicais, mas unificados por um estilo estético em comum, com características Góticas.


Também é muito comum bandas que são referências culturais em uma subcultura X serem apreciadas em outras subculturas Y ou Z ou em circuitos nas quais estes grupos musicais não são associados a nada além de “estilo de música”(como é comum no mercado de massa). Afinal, ninguém é dono de um símbolo. Todas as subculturas se apropriaram também de símbolos alheios, dando a eles novas leituras e significados.

3- GÓTICO NÃO É UM GÊNERO MUSICAL:


Assim, fica claro que Gótico não é um gênero musical. Da mesma forma que “Hippie”, Gótico é um estilo subcultural ou discurso específico (de um grupo social) que se apropria de vários gêneros musicais como seu veículo de expressão. E neste processo estes gêneros musicais são realizados com características estilísticas reconhecidas como “Góticas”(sobre quais são estas características já escrevemos nos seis textos do capítulo 7-Características da Subcultura Gótica).

Este discurso estético pode se apropriar de qualquer gênero musical desde que este não entre em contradição com seu discurso(3) Gótico. Contradição que pode acontecer por vários motivos, como já comentamos antes, no caso de gêneros musicais ligados historicamente a outras subculturas ou a outros grupos sociais com um eixo musical principal.


Como o Punk e Hip-hop, por exemplo, que batizam ao mesmo tempo subculturas e os gêneros musicais de mesmo nome. Mas também são gêneros musicais consumidos (e descartados...) por pessoas sem nenhuma ligação subcultural ou alternativa.


Hoje, gêneros musicais não são alternativos nem comerciais em si. Porém podem ser apropriados por discursos alternativos ou conformistas de grupos de pessoas, servindo de elementos ou veículos para estes discursos estéticos.

Por isso é importante que existam cenas góticas, cenas hip-hop, cenas metal e outras que preservem a sua diversidade e espaços de diferenças, e que as pessoas possam circular entre estes espaços sem restrições, respeitando, conhecendo (e desfrutando) a peculiaridade de todos os outros. Uma destas peculiaridades que é importante preservar é a diversidade dos estilos musicais alternativos. Por isso é preciso ficar alerta, pois aplicar a classificação de gênero musical aos estilos musicais alternativos e subculturais pode ser um discurso de destruição dessa diversidade.

Matèria tirada do site GOTHIC STATION.
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LIVRO PARA BAIXAR-WILLIAM SHAKESPEARE


(Inglaterra, 1564 - 1616)

Para baixar: (em Português) http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=202
Para ler online: (em Inglês)
Obras Completas: (em Inglês)
http://www.bartleby.com/70/
http://www.bartleby.com/people/Shakespe.html
Peças de Teatro: (em Inglês)
http://shakespeare.thefreelibrary.com/

Para baixar (em Inglês) estas e outras obras de Shakespeare:
http://www.gutenberg.org/browse/authors/s#a65
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BANDA QUE TAMBEM INFLUENCIOU A MUSICA GOTICA/DARKWAVE

VISAGE




(Reino Unido, 1978-1984, retorno 2004. Banda capitaneada pelo ícone new romantic Steve Strange, também proprietário do lendário clube Blitz desde 1979)

new romantic, synth-pop, new wave, electro

http://www.geocities.com/theblitzkids/stevestrange.html

http://www.myspace.com/visageofficial


ouça:
fade to grey
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CINEMA!! THE HUNGER

(1983, The Hunger, de Tony Scott, com Bauhaus, David Bowie e Catherine Deneuve)

Bastaria a cena de abertura em que vemos intercaladas cenas de uma apresentação da banda Bauhaus (tocando o seu "hino Gótico" Bela Lugosi is Dead) com algumas das melhores cenas de Vampirismo já filmadas, para este filme se tornar um clássico da cena Gótica. Mas, além disso, os vampiros desta história são representados por David Bowie e Catherine Deneuve, e são vampiros que apresentam alguns questionamentos existenciais sobre a vida eterna e a morte. Também pela primeira vez no cinema vemos o símbolo Ankh ser diretamente associado com Vampiros e Egiptologia, ao som de uma banda Gótica apresentando uma música sobre outro ator que representou um vampiro décadas antes: Bela Lugosi.
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ENTREVISTA-TRAGIC BLACK/POR luiz sancini


O alinhamento clássico de banda: voz, teclas, guitarra, baixo e bateria; respectivamente ocupados por Vision, Vyle, Ashe, Hex e Seputus… formam os Tragic Black, que apresentam seu Deathrock moderno por elementos do Industrial, Glam Rock, Horrorpunk e Goth; porém sem nunca esquecer as aulas do mestre Rozz Williams. Vision, uma espécie de líder destes fantasmas, contou-nos sobre o recente e primeiro álbum "The Decadent Requiem" e como a cena Batcave esta cada vez mais fortalecida e com equipamentos de última geração…

Apresente-nos em poucas palavras os Tragic Black?
Somos uma banda de Deathrock composta por 5 integrantes e baseada em Salt Lake City (Utah). Uma projecção da escuridão e decadência repleta por uma estética horrível e ecletismo músico-teatral.

Fala nos sobre a mistura entre o Deathrock e o Electrónico? Como surgiu esta idéia?
A ideia apareceu tão naturalmente, quanto o nascer do Sol… Somos provenientes das sombras do Deathrock e do antigo Gothic Rock, porém vivemos num mundo de infinitas ligações electrónicas. A fusão da Batcave com o Digital tornou-se extremamente compatível em nosso corpo deteriorado…

Quais são as fontes de inspiração e as mensagens dos temas?
É um mar infinito de inspirações… Eu uso metáforas poéticas e visuais artísticos para representar nossas estranhas e surreais ideias… No Mundo ao nosso redor vemos guerras, sociedades condicionadas, opressão religiosa e uma total e profunda decadência… Ao ler os velhos artistas do século 18; fazemos uma relação daqueles poetas e filósofos com nossos dias actuais para transcender uma mensagem… Achamos que isso é muito importante, para que se consiga expressar claramente as ideias para o despertar do Planeta. Assim, uma nova realidade pode ser descoberta e permitir que individualmente se encontre as próprias intuições e fascínios, enquanto destroem elementos da conformidade e condicionamentos internos…. É somente o começo, e estamos a enviar esta mensagem em nosso primeiro álbum "The Decadent Requiem", que apresenta o ponto de vista após o despertar. A etapa seguinte será muito mais fria, liquida e escura… Assim como os chacras e espectros de cores, nós fluímos como a energia e tomamos novas formas em cada lançamento e conexões feitas.

Comente sobre os acréscimos que cada integrante traz à banda?
Nós formamos um ciclo completo através destes anos…
Eu sou uma espécie de "líder" a frente de outros fantasmas mundanos e ofereço lamentos poéticos e hinos decadentes, como nuvens escuras e carregadas.
Vyle é uma forte presença nos teclados, faz os vocais alternativos e traz "glamour" em beleza Batcave.
Ashe traz presentes de seus Deuses Egípcios e é eternamente amaldiçoado por ser marcado pelo número da Besta; contudo suas mãos receberam um dom para rasgar espantosos "riffs" de guitarra.
Hex emite profunda vibração com seu baixo e desperta os primordiais tons mântricos…
Seputus é o cabeça musical do terrorismo sónico, dos espasmos e ruídos; além de suas potentes marteladas e talento profissional de produção.

Fala nos como foi assinar com a gravadora austríaca Strobelight Records? E sobre o muito bem produzido CD "The Decadent Requiem"?
Nós tínhamos imaginado o álbum antes de sua concepção final… Queríamos que fosse artístico, estético, com sonoridade eclética e muito poderosa… porém, saiu ainda melhor do que esperávamos anteriormente. O CD foi preenchido até o máximo com músicas e vídeos; não se poderia colocar nem mais um segundo de música. Estamos espantados com aquilo que criamos e muito satisfeitos por disponibilizar tantos pensamentos e conceitos às pessoas… A Strobelight esta a ser óptima e estamos muito contentes em trabalhar com eles!

Os vídeos incluídos no álbum, "Circuit 3" e "Faith in Decay", além da qualidade, mostram algumas imagens de George W. Bush, Petróleo, Igrejas, crucificação de Jesus Cristo… Comente-os?
"Circuit 3" é um tema sobre o uso do petróleo e toda a corrupção do governo dos Estados Unidos e outros países. Bush usou o país para alcançar seus objectivos e nós estamos a fazer o possível para gritar contra esta injustiça. "Faith and Decay" é uma canção sobre a manutenção da fé, mesmo em sua deterioração… É a história de um monge que gasta a maior parte da sua vida no monastério, até ser eventualmente "estigmatizado" por uma entidade assassina que se apodera do seu subconsciente… É um hino para aqueles que caíram à morte pela mão da religião… É sobre acordar com um dogma e entrar no Mundo da alma.

Como foi a espera pelo primeiro concerto em território europeu no Wave Gotik Treffen? Haverá uma digressão europeia após isto? O que o publico europeu pode esperar dos vossos concertos?
Nós estávamos muito ansiosos, pois era nosso grande objectivo desde o início… Planeamos fazer vários outros concertos na Europa após o WGT e fazer o público europeu se divertir connosco… Nós colocamos muita energia nas performances e tocamos cada concerto como se fosse o último… sempre damos o nosso melhor!!! A partir do momento em que tornarmos nossas apresentações conhecidas, poderemos sempre retornar para a Europa!

Vocês são fãs de Rozz Williams… Fizeram uma bela versão de "Figurative Theatre", tocam nos memoriais a ele e certamente é uma das maiores influências em vosso trabalho. Fale nos um pouco sobre Rozz e a falta que faz?
Rozz Williams é uma referência para mim, especialmente em seu trabalho nos Shadow Project… Ele deu um grande impacto em minha juventude, logo é natural que me inspire muito. Nós temos uma nova versão de Christian Death, "Skeleton Kiss", que esta na compilação dupla "New Dark Age Volume 4" da Strobelight Records. Rozz deixou ao Mundo uma enorme quantidade de grandes músicas e esperamos que o Tragic Black possa também adicionar algo à experiência humana.

Em poucas palavras, o que dizer sobre: Christian Death com Rozz Willians, Christian Death com Valor Kand, Bauhaus, Alien Sex Fiend, Cinema Strange, Seraphim Shock e Cruxshadows.
Eu AMO Christian Death com Rozz Williams; para mim é o único que existe…
Valor é um bom músico, porém penso que deveria criar seu próprio nome; talvez Valor, e ganhar respeito através de seu mérito ao invés de "roubar" o nome da banda de outro.
Bauhaus é uma das minhas bandas preferidas. Tocamos "Boys" em nosso primeiro concerto no Halloween de 2000… Emociona-me ver os Bauhaus ainda na activa.
Alien Sex Fiend é também uma banda que amei por alguns anos; fazia grandes vídeos…
Cinema Strange é muito bom… Já tocamos com eles e são grandes músicos. Eles fizeram muito pelo renascimento do Deathrock e deram muita paixão para o movimento moderno.
Cruxshadows e Seraphim Shock estão aprovados, mas não estão em meus estilos predilectos; porém penso que fazem boa música e contribuem para a cena.

Comente sobre o cenário Deathrock Mundial?
O Deathrock americano é realmente activo, mas muito espalhado pela distância… o que faz com que muita da comunicação seja feita "online". Eu amo "Release the Bats" e eles têm o melhor e mais profundo clube que eu já estive. É um pouco difícil falar da cena na Europa, apesar de inúmeros amigos e fãs que nos ajudam e realmente nos estimulam. Sabemos que as pessoas gostam da Strobelight, Thomas & Ralf Thyssen, Darlin Grave, Cavey Nik… Nossos fãs da Eslováquia fizeram nosso primeiro site não oficial e todos os Djs passam nossos temas por lá…

Conhecem a banda portuguesa Phantom Vision? Tenho uma conhecida, a Júlia Ghoulia, no The Brides… Vocês a conhecem?
Eu sou amigo da Júlia Ghoulia (Ela usa nossa "t-shirt" orgulhosamente) e todos os The Brides! Tocamos juntos em várias ocasiões e tomamos várias cervejas também. São grandes pessoas!!!
Os Phantom Vision não me são familiares, mas tirarei um tempo para ouvi-los agora…

Quais são os planos para o futuro? Onde os Tragic Black pretendem chegar?
Pretendemos lançar um vinil de 7" com nossos bons amigos do All Gone Dead neste Outono e um novo CD na próxima primavera. Também pretendemos fazer uma digressão europeia para suportar nosso álbum actual e temos planos para tocar no México e visitar outros países também.
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LITERATURA-VAMPIROS NO ESPELHO & OUTROS SERES OBSCUROS- GIULIA MOON- 2004


Em relatos fantásticos em que o inusitado é apresentado com surpreendente realismo, Giulia Moon nos conduz através de histórias de criaturas extraordinárias num jogo de espelhos às vezes apavorante e cruel, noutras vezes bem-humorado.

Por tradição, vampiros não têm reflexo nos espelhos. Por isso, desde sempre, a única forma de se registrar a presença de um vampiro tem sido através de narrativas que trazem à luz detalhes e “retratos falados” desses seres fascinantes. Eis o motivo da primeira parte deste livro denominar-se Vampiros no Espelho. Cruéis, ariscos, perigosos e até mesmo engraçados – eles aparecem com todo o seu mistério, refletidos nas palavras deste espelho.

A segunda parte deste volume, Seres Obscuros, fala de outros personagens fabulosos. Dezessete contos fantásticos relatam instantes em que criaturas sobrenaturais roçam de forma ligeira, mas definitiva, a vida dos mortais. São seres famintos de amor, de vida, de sangue. Rondam nas sombras, espreitam nas frestas, dançam e cantam sob a luz das estrelas. Assombrações, mortos-vivos, dragões, bruxas - e mais vampiros - fazem a sua performance para a platéia deste espelho, atravessando campos e florestas imaginários ou agindo em cenários familiares de uma cidade, um bairro, uma rua como a sua.

Por isso, observe os vampiros e os demais seres obscuros neste espelho de palavras. Se você já sentiu algum dia um fascínio inexplicável por uma noite de lua cheia, desejou seguir uma música encantadora que vem da floresta, ou quis descobrir de onde vem o choro lúgubre que ecoa nos cantos escuros de uma velha casa, aceite o convite de Giulia para esta jornada. Delicie-se com Vampiros no Espelho & Outros Seres Obscuros.


Os contos:


I. VAMPIROS NO ESPELHO

Rock’n Rose

O Verdadeiro Rosto de Satan

Festa Rubra

Mater Dolorosa

Cenas de Cinema

Dama-da-Noite

Pequena Lição de Educação Sexual

Danse Macabre

Retrato em Sépia

Mil e Trezentos Vampiros

A Santa dos Meninos de Rua

Uma Vampira no Rio

Amor Vampiro

Amor Mortal

Amor Venial

Pater Nobilis



II. SERES OBSCUROS

O Monstro que Devorou a Lua

Jantar a Bordo

Natal Escarlate

Cássia

E-Maus

O Cabelo

O Dragão Tricéfalo contra o Santo Valente

Vida de Artista

Miado Blues

Pesadelo

O Noviço Sem Orelhas

A Voz

Ele Está Observando Você

Boneco de Pano

Kiuketsuki

Parasitas!

Era Uma Vez


Conheça um trecho do livro:


“Ela estava lá, como num sonho. Os cabelos curtos mostrando um pescoço fino e alvo. A jaqueta vermelha era um morango reluzente e macio. Nem sabia por que tinha tanto tesão por uma magriça. Tanta mulher mais gostosa por aí... De repente, ela estava sobre ele, fazendo-o sentir coisas. Suas mãos pequenas eram hábeis, tanto em excitar quanto em submetê-lo de uma forma esquisita. Segurava o seu braço, apertava o seu rosto de um jeito que não gostava. Mesmo excitado. Mesmo louco para que ela não parasse o que estava fazendo. Então... O que estava fazendo... mesmo?

Ela estava se alimentando. Empoleirado sobre a laje de uma construção a alguma distância, Augusto os observava. Afastou o binóculo dos olhos e anotou na caderneta: técnica mista de sedução e hipnotismo. Tratava-se de uma vampira experiente, a elegância no ataque era exemplar. Nada de sujeira desnecessária, violência ou sofrimento da presa. Vampiros urbanos eram assim mesmo, sutis. Por isso os admirava.”

(Extraído do conto “Mil e Trezentos Vampiros”)
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O GOTICO E A PAROBOLA DO ELEFANTE/POR H. A. Kipper

Creio que a maioria já deve conhecer a parábola oriental, provavelmente Sufi, dos cegos e do elefante. O que segue abaixo é uma versão adaptada para comentar a questão das tendências internas da subcultura Gótica.

"Em um país de cegos, um dúzia dos maiores sábios foi chamado pelo Rei Cego para definir o que era um elefante. O primeiro apalpou a tromba e disse: "O Elefante é como uma cobra áspera". O segundo sábio, já discordou dele, enquanto apalpava a barriga do elefante:" O Elefante é uma grande bola rugosa". O terceiro discordou dos dois anteriores, apalpando as presas de marfim: "O Elefante é um par de espadas de pedra lisas". Assim, sucessivamente, um após o outro, todos os doze sábios cegos foram discordando entre si sobre o que é o Elefante. Como nada se resolveu, cada um dos sábios cegos voltou para sua cidade natal fundou uma escola filosófica diferente sobre o Elefante, e hoje, passados séculos e séculos, seus díscípulos continuam brigando entre si..."

Todo o status dessas escolas dependem de que ninguém veja o todo do Elefante :-)

O mesmo acontece com o Gótico: Um diz que é Punk, e briga com outro que diz que é Goticismo, e o outro diz que é Pos-Punk briga com o que diz que é Darkwave, e o Que diz que é Vitoriano briga com o que diz que é Expressionismo, e o que diz que é Romântico briga com o que diz ser Individualista, o Decadentista briga com o Medievalista, o Deathrocker com o Vampiro e todos brigam entre si ...e assim por diante.

Na verdade todos estão certos em parte, e errados na totalidade :-)

As partes constituintes ou elementos influenciadores não definem nem determinam um conjunto, principalmente no caso de cultura e grupos sociais.

Matèria do site GOTHIC STATION.
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PROXIMA PARADA!!!!!

terça-feira, 9 de março de 2010.
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OS CICLOS DA CENA GOTICA- por:H. A. Kipper

Acompanhando a cena Gótica paulistana nos últimos 20 anos vimos muitas coisas se repetirem periodicamente. Ciclos se sucedem. Gerações surgem, crescem e são substituídas- quase totalmente- por uma nova. Acontece algo semelhante a outros setores brasileiros, que não tem ou não tinham registros de sua história: as novas gerações tem a impressão de que estão enfrentando certas situações pela primeira vez, quando na verdade enfrentam repetição de ciclos.


1. INFLAÇÃO E DEFLAÇÃO POPULACIONAL PERIÓDICAS
Um dos padrões periódicos é a inflação e deflação “populacional” da cena Gótica. Entre cada ciclo, grande parte dessa população abandona a cena e é substituída, no médio prazo, por outras pessoas, sendo que um percentual permanece ao longo das gerações. Outros retornam depois de anos. Mas sempre cabe aos que permanecem de uma geração para outra a responsabilidade de passar as informações. Na primeira vez que conhecemos a cena, sempre imaginamos que nunca sairemos, ou que se sairmos, não voltaremos. Ambas as crenças são ilusórias: se você é vinculado afetivamente a subcultura Gótico, as vezes você vai odiar, as vezes você vai amar, vai dizer que nunca vai voltar ou que nunca vai sair. Mas você sempre está por perto...ou de repente tem uma “recaída”.


2. OS QUE FICAM E OS QUE SAEM
Quanto aos que saem, invariavelmente o fazem pelos mesmos motivos de sempre: estavam envolvidos apenas com amizades ou algumas galeras que se dispersaram, e/ou apenas satisfaziam na cena Gótica uma necessidade natural da adolescência que poderiam estar satisfazendo em qualquer outro grupo: de adquirir uma identidade provisória que sirva para a ruptura inicial com o núcleo familiar. É muito comum que os que abandonam a cena por estes motivos saiam falando “mal dos góticos”, dizendo ser coisa de adolescente, etc. De fato, para estas pessoas foi apenas isso. O erro destas está em transferir o que é verdade no seu caso pessoal para todos.


3. EX-NOVOS E JOVENS OLD-SCHOL
Uma curiosidade é o comportamento de muitos “ex-novos” (por exemplo,alguns que estão entre 1 e 5 anos na cena) que em um período muito curto se tornam críticos dos “novos-novos” (até um ano ou 2). Um comportamento típico de auto-afirmação que tende a se tornar mais moderado com a maturidade. O engraçado é ver que o que foi “modismo” dez anos atrás ser considerado símbolo de status“old-school” hoje. Seria interessante um pouco mais de senso crítico, pois subculturas, como qualquer cultura, dependem da boa relação entre as gerações.


4. O GÓTICO ACABOU... DE NOVO?!
Alguns dizem que estes ciclos duram 4 anos. Outros falam em 5 anos. Talvez não tenham um tempo exato, mas um padrão de desenvolvimento. O fato é que no final deles sempre surge a conversa de que “o gótico acabou”. E no começo dos ciclos, quando ocorre a inflação de pessoas, se repetem os protestos contra “a invasão da cena” e “não tem mais góticos verdadeiros como antes”. Descontada a tendência histórica dos Góticos para a idealização do passado, ao final de duas décadas começa a ficar um pouco entediante ouvir as mesmas teses periodicamente. Talvez fosse mais saudável aceitar os ciclos, os neófitos e as dissenções e as usarmos a favor do desenvolvimento da cena.


5. APROXIMAÇÕES E AFASTAMENTOS DO MAINSTREAM
Outro fato curioso é que periodicamente, alguma sub cena busca se firmar como uma cena independente, se aproximando do mainstream. Dependendo dos estilos mais comerciais de dada época, segmentos historicamente ligados ao Gótico buscam formar cena independentes usando o público transitório desta onda. E repetidamente é usado o discurso de que Gótico é “ultrapassado”. Mas, em um momento seguinte, com a queda da moda em questão, este segmento volta a sua tradicional ligação “de subsistência” com a cena Gótica.


6. GERAÇÕES MUSICAIS E VELHAS NOVIDADES
Também o ciclo de conhecimento musical, que se torna um pesadelo para alguns Djs, acompanha mais ou menos as inflações e deflações populacionais na cena. Dentro de um ou mais ciclos, certas bandas e músicas que antes eram “babas” ou muito conhecidas se tornam as vezes desconhecidas. Assim, a cada nova geração, junto com a produção musical atual, toda a tradição passada precisa ser reapresentada pois para quem está chegando ela é novidade.

Devido aos ciclos, a informação básica não pode ser considerada garantida jamais. Mas é com os ciclos que a cena Gótica e Darkwave evolui e se renova, tando no Brasil quanto no mundo. Quem tem apenas história é museu, mas quem não tem história nenhuma não tem caráter para evoluir coerentemente. O importante é conhecer sua história, seu presente e o futuro: todos são igualmente importantes. Senão, somos vítimas fáceis da descaracterização e desaparecimento de nossa diversidade subcultural.

Matéria do site GOTHIC STATION.
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PLANETA SAO PAULO

20/03/2010- PROJETO ABSINTHE- (das 23 as 6 hs):
http://www.gothicstation.com.br/projetoabsinthe.htm
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ESPECIAIS de discotecagem:
POESIE NOIRE + DE/VISION
DJ convidado: PÉ DE VENTO ( Black Cat )
IKON+ FAITH AND THE MUSE
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DISCOTECAGENS:
Gótico 90's & 21's, Darkwave, Ethereal, Ethno, Medieval,
Gothic-Rock, Batcave, Eletro-Goth, New Wave, Synth e EBM
Ouça a Rádios desses DJs
DJs: F. Flanshaid, Kipper e Washington e "I"
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PERFORMANCE:
SILVANA BOWIE - tribal fusion gothic
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AUTORA CONVIDADA:
ALINA GALANTE
autora do romance "Absinto e Amor"
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STANDS:
-FATAL ERROR
-SECRET GARDEN
-GOTHIC STATION
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TRANSPORTE GRÁTIS: a partir do metro Belém (das 22h30 até 01h00)
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Sorteio de BRINDES (somente para os cadastrados) e outras promoções
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Veja fotos da casa e infraestrutura!
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Veja como funciona o Cadastro e suas vantagens!
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Veja como funcionam as novas promoções de aniversariantes!
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O CADASTRO DO THEATRO DOS VAMPIROS CONTINUA VALENDO PARA O PROJETO ABSINTHE.
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ENTRADA: R$ 15,00
R$ 10,00 - para cadastros ativos
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local: FOFINHO Rock Bar
av.celso garcia, 2728- em frente ao corpo de bombeiros
próximo ao metro Belém - em S.Paulo- SP - info: 8159 6458
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ESTACIONAMENTO: a 50 metros do local, com seguro
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dúvidas: eventos_goticos@yahoo.com.br



O que é o Projeto Absinthe?

O nome do projeto é uma homenagem à bebida destilada “Absinto” que foi muito popular na França durante a Belle Époque (final do século XIX a princípios do Século XX) sendo também a bebida preferida de artistas como Baudelaire, Verlaine, Rimbaud, Van Gogh, Oscar Wilde e Toulouse-Lautrec e remete diretamente à algumas características marcantes da época como a cultura cosmopolita, os cafés, cabarés e o clima intelectual e artístico. Uma época em que havia a perfeita integração entre diversão, cultura e arte, algo que se perdeu há muito tempo na sociedade oficial e que nós, Góticos, continuamos insistindo em resgatar... Por associação com todo esse imaginário artístico e boêmio, essa bebida é tradicional em cenas Góticas do mundo inteiro.

O Projeto Absinthe reúne o melhor do Theatro dos Vampiros e de toda nossa experiência ao longo de seis anos na produção de eventos góticos e traz ainda inovações conceituais. Continuaremos com o mesmo compromisso de trazer inovação e manter a qualidade e segurança na cena Gótica/Darkwave de São Paulo. No evento, continuaremos também recuperando os clássicos góticos/darkwave dos anos 80 e 90, e trazendo as melhores novidades do século XXI e, sempre que possível, apresentações de trabalhos artísticos como dança, exposições, DJs convidados, bandas e autores para noite de autógrafos, reafirmando o nosso compromisso de atualização coerente da cena Gótica.

Os descontos e vantagens oferecidos pelo Cadastro do Theatro dos Vampiros continuarão sendo válidos para o projeto Absinthe. Mais detalhes e novidades do projeto Absinthe em breve.
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LITERATURA- LUAR DE VAMPIROS - GIULIA MOON- 2003


A noite é dos vampiros. Eles amam. Matam. Ou apenas passam como sombras pelas janelas dos mortais. No submundo da noite reinam, predadores noturnos sutis e cruéis. Aqui, você vai conhecer esses seres sob o olhar da lua. O luar - luz noturna - flagra momentos de vampiros, criaturas ariscas e raras, em seu habitat. Vampiros de espécies diferentes, como o são os seres humanos, tão diversos em caráter, temperamento, destino e, por isso mesmo, tão fascinantes. Os vampiros sempre exerceram um fascínio irresistível sobre nós, pobres mortais. Entre num mundo proibido através do livro LUAR DE VAMPIROS, o livro de estréia de Giulia Moon. São dez contos de vampiros. Dez faces pálidas na escuridão. Apague as luzes e espere. Eles não gostam da claridade. A não ser a do luar.


Os contos:


Um tédio de matar

O amante noturno

Educação milenar

Uma vampira em Nova York

Gia e o seu alvo

Incompatibilidade de gênios

Sangue de Lúcifer

O sorriso de Felícia

Desejos são rubros

A Dama Branca


Conheça um trecho do livro:


“O toalete feminino era perfumado com um aroma amadeirado. Telas de tecidos tingidos de vermelho – ah, a cor favorita, depois do negro... - e espelhos. Espelhos que não refletem Maya. Apenas mostram a figura espantada da garota – mamma mia – que se depara com os caninos brancos da vampira ao voltar-se, após lavar as mãos e retocar a maquiagem borrada. Um gosto agridoce de sangue jovem, anos de spaghetti al sugo que nem os won-tons de banana com canela conseguiram eliminar... e o efeito estonteante de vinho de qualidade correndo ainda nas veias vigorosas da ragazza.

Então a amiga saindo da toalete olha, estupefata, para o corpo da companheira no chão. E depois, para o rosto pálido de Maya a um centímetro do seu.

– Cara mia... – Um doce sussurro nos ouvidos enfeitados pelos brincos dourados. Um leve roçar nos piercings do umbigo e o corpo sob o seu, completamente abandonado...

Maya sorriu, admirando o tatoo no ombro branco e largo da bella bambina. Uma rosa vermelha. Um sinal. Um gosto delicioso de pecado. – Bitch! – Era possível? A vagabunda gritara. E a xingara. Com um movimento implacável, Maya dobrou-a em dois. As costelas perfuraram o top, ossos brancos surgindo sob a estampa colorida. Um jorro de sangue quente colheu o rosto de Maya. Um grito. Mais gritos. Logo, um restaurante chamado Indochina iria parar nas manchetes dos jornais.”


(Extraído do conto “Uma Vampira em Nova York”)
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ENTREVISTA-ARTE NO ESCURO/por site carcasse


Marco inicial do gótico nacional, o ano de 1985 viu os primeiros registros de bandas como o Muzak, de São Paulo, além de fazer da cidade de Brasília uma incubadora de bandas que, além beber das fontes pós-punks inglesas, assimilavam o estilo e a atmosfera sonora de bandas como Cocteau Twins, Bauhaus e Joy Division.

Antes disso, influências do gótico inglês eram notáveis até mesmo em bandas "comerciais" como RPM, mas sempre havia um atenuador, como o contraponto eletrônico ou, no underground, a adição de sonoridades nacionais (vide o experimentalismo de bandas como Black Future, Chance e Fellini).

Então, o que diferenciava a primeira leva pós-punk daquela safra pós-85? Naquele ano, por exemplo, o Finis Africae tocava "Kick in the Eye" num de seus shows e a apresentava como uma canção de "um conjunto de punks góticos ingleses, o Bauhaus". Se São Paulo tinha as galerias de lojas importadoras de discos, Brasília, igualmente privilegiada, tinha nos filhos dos diplomatas pequenos e eficientes focos de difusão cultural. Não espanta, portanto, o grau de acuracidade com que uma banda como o Bauhaus é citada ao vivo. Havia informações abundantes; além disso, havia muita vontade de produzir algo afim, sendo a banda 5 Generais o exemplo cabal da emulação sonora de então.



Filipeta de 1985 Tais bandas não eram casos isolados de uma subcultura limitada a "ilhas" urbanas. Havia intenso diálogo, o que se comprova por uma filipeta que naquele ano divulgava justamente uma apresentação com as bandas Finis Africae, Detrito Federal, 5 Generais, A+ e… Arte no Escuro. Quanto à última, que naquela apresentação estreava muitíssimo bem acompanhada, podemos afirmar que sua trajetória configura um "passo além" rumo a uma sonoridade que não mais se via como herdeira de tradições brasileiras, mas como uma legítima encarnação pós-punk, de cariz gótico e intimista.

Fundada naquele mesmo ano, a banda contava com Lui (voz), Pedro Hiena (baixo e letras), Adriano Lívio (bateria) e Paulo Coelho (guitarra). Já em sua primeira apresentação, a banda protagoniza cenas que serviriam de prólogo à sua lenda: ao cantar "Beije-me Callboy", canção sobre o submundo brasiliense com cenas de prostituição e suicídio, o vocalista Lui despeja um recipiente de tinta negra sobre si, num happening até hoje comentado pelos presentes. Musicalmente, a banda já iniciava com uma maturidade invejável, mas os anos seguintes provariam que havia muito ainda a realizar.

Poucos meses após a primeira apresentação, o vocalista Lui deixa a banda e dá lugar à jovem Marielle Loyola, então recém-saída da Escola de Escândalo, onde fazia os vocais de suporte. O talento, a presença e o estilo da nova vocalista serviram como um enorme diferencial naquele momento de efervescência musical, e as rádios passaram a executar algumas faixas da fita de demonstração da banda, como "Beije-me Callboy" e "Na Noite". Em 1987, o Arte no Escuro foi contratado pela EMI e o álbum intitulado Arte no Escuro (1988) seria lançado poucos meses depois, com evidentes amostras do impacto musical e do apelo visual da banda. Ironicamente, comenta-se (no livro Dias de Luta, por exemplo) que a Escola de Escândalo, banda que expulsara Marielle, foi preterida pela gravadora, que preferiu apostar justamente em sua nova e instigante banda.

Após o lançamento do LP, Marielle funda a banda Volkana, de Thrash Metal, mudando-se para São Paulo. O Arte no Escuro então encontra sua dissolução e seu único lançamento de mercado torna-se cada vez mais cobiçado pelos colecionadores. O contrato com a gravadora, aliás, expirou em 2004, o que deixa o trabalho disponível para negociação por outros selos. Uma eventual edição em CD não só serviria para recompor o quebra-cabeça da história do rock nacional, como também daria algo palpável às legiões de novos apreciadores da banda, que se lamentam de só disporem de arquivos digitais, sem algo mais "palpável". Em CD, a banda teve apenas uma canção lançada ("Beije-me Cowboy"), incluída por Charles Gavin (Titãs) na compilação Discoteca Básica: Pop Rock Nacional dos Anos 80, o que é bom, mas ainda é muito pouco.

Atualmente, Marielle se dedica à banda Cores D Flores e Pedro vive em Londres, enquanto os demais ex-integrantes parecem ter abandonado a música. Conversamos com os dois primeiros a respeito da trajetória do Arte no Escuro, verdadeiro patrimônio da música brasileira dos anos 80.




Muito obrigado por responder a estas perguntas. É uma honra estar em contato com vocês.

Para começar, eu gostaria de falar sobre os anos que antecederam a formação do Arte no Escuro. Brasília era um saudoso celeiro de bandas punks, e vocês integraram as bandas Os Sociais (caso do Pedro), e Escola de Escândalo (caso da Marielle). Como vocês descreveriam esse tempo e as duas bandas cujas histórias se confundem com as suas?

Pedro: Eu e Paulo éramos da "tchurma", como dizia o Renato "Manfredo" Russo, e sempre estávamos envolvidos com o pessoal da Legião, Plebe e Capital. Eles começaram a viajar para o eixo Rio—São Paulo para tocar, e a gente pensava: "se eles conseguiram, por que não tentar?". Anos antes, eu já escrevia letras. "Psicopata", do Capital Inicial, por exemplo, é de minha autoria, e eu tinha um livro cheio delas. Paulo tocava guitarra e eu sempre quis tocar baixo. Os Sociais foi uma das minhas primeiras bandas e, que eu me lembre, só fizemos um show. Eu cantava e escrevia as letras... Todos d'Os Sociais, fora eu, eram filhos de diplomatas, incluindo o Nick, que era alemão. Sempre havia a sombra de que alguém iria deixar a cidade e acho que foi isso o que aconteceu no final. Só não lembro quem partiu... Já ouvi muitos rumores sobre Os Sociais. Eu mesmo não me lembro de nenhuma música e nem do que eu cantava! Tem um mp3 por aí que na verdade foi uma jam session num boteco, eu e um monte de gente, e resolveram dizer que é d'Os Sociais. Pure bullshit! Que eu saiba, ninguém tem algo gravado da época.

Marielle: Bem, na verdade, as lembranças que tenho são as de uma pré-adolescente normal integrando-se a um grupo de pessoas com informações variadas e já criando seus ídolos, que, naquele momento, eram o Renato Russo e o Marcelo Bonfá, nosso galã (risos). O meu primeiro ensaio com o Escola de Escândalo foi engraçado... eles ensaiavam no "closet" da casa do Alessandro "Itália" (o pai dele era embaixador da Itália, acho). Eu cheguei e só conhecia o Itália, e ele foi me apresentando aos outros componentes: Bernardo era o vocalista, irmão mais novo do André X, baixista da Plebe, grande poeta. Geraldo era o baixista, irmão do Loro Jones do Capital, muito boa pessoa e divertido, daí eles me apresentaram o Fejão como um tarado sexual, dizendo que tudo correria bem se eu não chegasse muito perto! (risos) Na minha opinião, ele é um dos maiores guitarristas que esse país já teve, tornando-se um irmãozão... saudade do Nego Véio... Mas o que me assustou mesmo foi a altura dos caras. Acho que o mais baixo deles tinha 1,87 m de altura. Eu, com meu 1,69 m me sentia uma formiguinha ali. Bem, como vocês podem sentir, a nossa convivência sempre foi legal com a turma e tudo era bem divertido... um bando de malucos alegres.

Vocês ingressaram na banda em momentos diferentes. Seria ótimo poder saber um pouco mais sobre o momento em que cada um passou a integrar o Arte no Escuro, o Pedro na formação e a Marielle na substituição do Lui como vocalista. Qual era a "proposta" inicial da banda e como se deu o convite à Marielle?

P: O Arte no Escuro no começo era eu e Paulo Coelho. Eu nem tinha baixo na época e tocava a linha do baixo em uma guitarra. Conhecia o Adriano havia tempos e lembrava que ele tocava bateria. Convidamo-lo e ele aceitou. Com o Lui foi a mesma história: sempre nos encontrávamos no Beirute para tomar uma, e ele tinha interesse em cantar. Acho que ele apareceu ou o convidamos para ver o ensaio e foi isso. Lui é pintor e muito interessado em artes plásticas. Num bate papo, ele comenta sobre um movimento artístico, onde o fotógrafo ou pintor se amarra em arame farpado, sangue saindo, e se pinta e tal. Flagelação por arte. Algo por aí. O nome do movimento era Art in the Dark. Fizemos três ou quatro shows com o Lui nos vocais e parecia que estávamos fazendo um nome. Um belo dia, Lui diz que tinha conseguido transferência de trabalho para o Rio e se vai... Marielle tinha acabado de sair do Escola de Escândalo... éramos fãs do Cocteau Twins; uma voz feminina apelou na época, e pensamos: "por que não?".

M: A minha entrada no Arte no Escuro ocorreu em um momento bem chato pra mim, na verdade, pois eu estava muito triste com minha "expulsão" do Escola de Escândalo pelo Bernardo, após uma apresentação em um programa da Rede Globo chamado Mixto Quente, no qual, das quatro músicas que nós tocamos, foi ao ar justo a que eu cantava, pois na banda eu era só backing vocal, e havia essa música chamada "Complexos" que o Bernardo fez para eu cantar. Nossa, fiquei muito mal com o telefonema dele... e pesou o fato de ele não ter me falado ao vivo, foi pelo telefone... foi punk mesmo. Então, no dia seguinte, o pessoal do Arte no Escuro me ligou dizendo que o Lui estava indo morar no Rio e que eles estavam sem vocalista... nossa, para mim foi tudo de bom, pois eu já conhecia o pessoal da banda e, claro, conhecia o som, pois lá como já te disse todos conheciam todos e todos apoiavam todos. Acho que esse era um grande diferencial do que presenciei depois em vários cenários da música pelo país... a gente podia até xingar, zoar e tudo mais nos shows das outras bandas, mas sempre estava todo mundo lá (risos)!!! Éramos adolescentes felizes!!



Marielle Loyola Não é raro ouvirmos testemunhos entusiasmados de apresentações ao vivo do Arte no Escuro repletos de cenas antológicas. Dizem que, certa vez, por exemplo, o Lui despejou tinta preta sobre o próprio corpo cantando "Beije-me Callboy". E para vocês, quais foram os momentos "ao vivo" mais memoráveis?

P: Esse "show da tinta", na verdade. Foi o nosso primeiro show... Tivemos muitos shows memoráveis, lembro-me de um no Teatro Galpão, em Brasília, já com a Marielle, chamado "Feira de Música", que acontecia toda segunda-feira. Cada banda tocava duas músicas e era isso. A platéia não hesitava, atirava tomate e o diabo se a banda fosse ruim. Tocamos duas músicas e não atiraram nada; no final, aplaudiram. Acabamos sendo convidados para fazer uma noite especial só do Arte no Escuro. Nossos shows tinham muito clima e energia, coisa que no disco acabou sendo pasteurizada, o que foi uma pena. Na minha opinião, o registro acabou não fazendo justiça ao Arte no Escuro.

M: Putz... na verdade, com o Arte tenho várias recordações legais, o show em Fernando de Noronha... acho que fomos a única banda de rock a tocar lá... meu... o povo gritava muito com a iluminação, eles piraram realmente. O show histórico no Teatro Nacional também, onde fizemos do palco a platéia... foi assim: colocamos arquibancadas no palco e nós, músicos, ficávamos em pequenos tablados individuais. Foi o show de lançamento do disco, muito legal. Na verdade, tínhamos um superempresário, também moleque como a gente na época, mas que sempre soube agilizar e potencializar nossa banda: Luiz Fernando Artigas (Fegê), que hoje é um grande articulador político de Brasília.

Bandas como Gang of Four e Joy Division são muito citadas como influências pelas bandas brasilienses de meados dos anos 80. No caso do Arte no Escuro, vocês acham possível apontar alguns nomes que lhes serviram como referências musicais? Aproveitando o gancho, o título de "Joy" tem alguma relação com o Joy Division?

P: Eu, Paulo e Adriano sempre fomos apaixonados pelo Joy Division. Na época, acho que tivemos influência do Echo & the Bunnymen, Cocteau Twins, The Cure, Siouxsie & The Banshees, The Sisters of Mercy, Magazine e The Smiths, para citar algumas. "Joy" foi feita sem esta intenção, mas acabou tendo todas as marcas do Joy Division... Na verdade, até abrimos alguns shows com ela e nunca pensamos em pôr letra ou gravar.

M: Eu sempre tive uma salada de influências em meu repertório que, acredito, foi muito trabalhado pelas minhas amizades. Sempre fui de circular em várias turmas, então eu ouvia muito Cocteau Twins, The Cult e U2, com o pessoal do Arte, mas o Negreti (Legião) e o Ameba (Plebe) não saiam lá de casa, então eu ouvia muito Dead Kennedys, punk rock e hardcore de verdade e, como o Fejão também ia muito lá em casa, e sempre trazia vídeos e cassetes para a gente ouvir, já viu, né?... aí era metal na cabeça: Metallica, Slayer, Ozzy, Suicidal Tendencies e até o metal farofa!!! (risos) Bem, por aí você vai vendo como as coisas aconteciam, tanto que o Ameba, o Negreti e o Fejão depois montaram uma banda chamada Dentes Quentes, onde eles tocavam Dead Kennedys e um pouco do metal. Já em São Paulo, quando me mudei com a Volkana, conheci o rap... o hip-hop, através do Thaíde e do DJ Hum, que participaram do disco da Volkana... e aí... mais uma paixão... Filtrando tudo isso, tiro todas as sonoridades que tenho em minha alma hoje... a belíssima voz de Elizabeth Fraser, do Cocteau, a simplicidade do Ozzy, a garra do Jello Biafra, o peso do Metallica, a exatidão métrica do hip-hop em algumas coisas e, claro, a paixão pelo Bono... ai, ai... rolou até paixão pelo Bon Jovi e Skid Row, acredita??? Eu trago tudo isso para a Cores D Flores... peso e melodia!




Graças ao excelente site que vocês prepararam, podemos ouvir versões alternativas de várias das canções da banda, além de termos acesso a verdadeiros documentos históricos, entre fotos, filipetas e artigos de época. Como vocês avaliam a repercussão desse material?

P: Não tenho nem idéia de quantas pessoas já entraram no site. Fiz ele sozinho com o material que eu e o Paulo Coelho havíamos guardado. Fora o Paulo, também consultei o Adriano sobre idéias. A intenção nunca foi a de divulgar o Arte no Escuro, mas sim de ter algo para lembrar, um arquivo, nada mais. Daí o material nele. Coloquei tudo que tínhamos achado na época. Daí o "RIP" na main page.

M: Bem massa, né? Pois essa entrevista mesmo só está rolando por causa dessa história que não pode morrer nunca, essa é a história do rock candango e não pode ser esquecida ou ignorada... por isso que me divirto quando alguém compara meu atual trabalho ao da Pitty... adoro o que ela fez no rock nacional, acho ela extremamente talentosa, canta pra caramba e é uma ótima compositora, mas, cara, tem muito jornalista que ignora essa história e quer falar do rock nacional. Acho que informação é importante pra qualquer um, para jornalista então... nem se fala, né??

Excluídos os materiais divulgados no site da banda, existem ainda registros inéditos do Arte no Escuro, como vídeos, composições, clipes?

M: Acho que essa é bem para o Pedro responder, pois eu sempre fui inútil nesse ponto para a banda... era muito moleca aprontona e nem me ligava em organizar nada, aliás, acredito hoje que foi minha imaturidade o que mais atrapalhou o Arte no Escuro... aí, Pedro... foi mal!!! Tanto que hoje na Cores quando faço esse tipo de coisa, lembro-me do imenso acervo que eu poderia ter.

P: Lembro-me de ter visto na TV o show inteiro que fizemos no Teatro Nacional de Brasília, nos bastidores da sala Villa-Lobos. Gravei-o em VHS, e minha ex-mulher fez o favor de gravar em cima Galaxy Rangers para o meu filho, porque não tinha achado outra fita... Não tenho certeza, mas acho que foi a TV Cultura de Brasília a emissora que o veiculou. Com certeza há vídeos de shows que fizemos em Brasília, o problema é achar...



Arte no Escuro (1988) Quanto às canções selecionadas no álbum Arte no Escuro (1988), notamos algumas mudanças em relação às suas versões anteriores. Além de "Beije-me Callboy" ter sido renomeada como "Beije-me Cowboy", um pequeno trecho da letra de "Celebrações" parece ter sido suprimido. Como se deram essas mudanças? Houve alguma interferência da EMI ou tudo fez parte da maturação natural do material?

M: Outra que tem de ser respondida pelo Pedro, pois eu cantava mas não tinha muita participação nas composições, a não ser nas melodias de voz. Lembro-me que "Celebrações" estava muito longa e repetitiva; quanto a "Beije-me Cowboy" eu nem sabia que tinha mudado de nome, só sabia que a intenção dela era a de falar sobre um garoto de programa, mas só. Aliás, no disco do Arte no Escuro tive a minha primeira oportunidade de compor uma letra, o que devo ao Pedro, com quem, com certeza, aprendi muito. Pensando bem, aprendi com os melhores: o Renato (Russo) sempre me dava toques sobre palavras e como usá-las, métrica... o Pedro me fez ler muitos livros legais, além de falar de amor de uma maneira obscura e tão romântica, cantar as letras do Bernardo (Escola de Escândalos) também me ensinou como usar palavras sem nenhuma sonoridade, mas com muitas possibilidades.

P: Só foi maturação do material. No LP, foi burrice não termos gravado "Inocência", pois era uma das nossas melhores músicas em shows. Por incrível que pareça, tanto a EMI como a produção, que foi inexistente, nos deram carta branca no estúdio.

Uma belíssima parceria entre a banda 5 Generais e Marielle ("Outro Trago?") havia sido gravada para a coletânea Outros Rumores, que nunca foi lançada. O Arte no Escuro também participaria dela?

P: Acho que já estávamos em contato com EMI e outros selos na época e não queríamos arriscar lançar algo por um selo pequeno quando gravadoras grandes estavam demonstrando interesse em nós.

M: Essa música, se não me engano, saiu agora, no Rumores II. Recebi a versão remixada e "tá o bicho", aliás, o 5 Generais é outra banda da época muito do cara...mba (risos).

Em 1988, jornais e revistas apontaram influências do pós-punk inglês na sonoridade do Arte no Escuro. A Bizz, por exemplo, apontou um "clima gótico" nas canções da banda e registrou sua recusa ao rótulo "dark". O que vocês diriam sobre tais associações?

P: Na época, negamos, pois era o tal de rótulo, blábláblá de mídia tentando criar polêmica para vender ou pegar a atenção do público: "há um novo bicho pra vendermos, e ele se chama dark"... Acho que estávamos mais para Echo & the Bunnymen que para The Sisters of Mercy.

M: Meu, fomos a primeira banda gótica ou dark do país, não adianta fugir desse rótulo. As letras nos submetiam aos climas "escuros" do amor e da vida. Acho que Álvares de Azevedo gostaria muito de ouvir o Arte no Escuro (risos).



Pedro Hiena Vocês já chegaram a negociar o relançamento do Arte no Escuro em formato digital? Vocês arriscariam alguma explicação para o inexplicável atraso da gravadora em disponibilizá-lo novamente?

P: Por volta de 1995, lembro-me de ter ouvido falar que a EMI estava interessada em ter-nos no estúdio para gravarmos material novo. Se foi verdade, não sei. Todas as bandas dos anos 80 estavam regravando ou voltando. Eu já estava morando em Londres na época e lembro-me de ter dito a alguém que só voltava para o Brasil se me pagassem U$ 1,000,000.00. Não acho que vão lançar o CD. No final das contas, não vendemos muitas cópias.

M: Eu e o Paulo Coelho até pensamos em tentar um relançamento. Fizemos um contato meia boca e desistimos. Na verdade, uma empresa como a EMI não se interessa pela história ou por registrar documentos com que o rock nacional seja memorizado ou eternizado. Para eles, o que conta é a grana, bufunfa, din-din, o som do produto não importa, mas sim o som da máquina registradora. Ainda bem que existem pessoas como você e esse seu trabalho tão engrandecedor da cena nacional, porque senão a maioria dos jovens ouvintes não teria a oportunidade de saber como começou ou de onde vieram nossas raízes musicais.

Atualmente, existem bandas – como a brasiliense Últimos Versos – que tomam o Arte no Escuro como inspiração e parâmetro musical para seus trabalhos. Como é, para vocês, saber que o Arte no Escuro ainda faz escola?

P: Uau. Nem tinha idéia. Legal. Interessante. Quero ouvir esses carinhas.

M: Pô... eu me sinto extremamente orgulhosa, várias pessoas entram em contato para trocar idéias e passando sempre uma vibe positiva sobre o trabalho do Arte. Em Brasília há também a Morffine, do Phélix do 5 Generais, que também vai pra esse estilo e confessa a influência do Arte. Muito bom... é muito dez ser útil pra alguém (risos).

E quanto ao fim da banda? A que vocês o atribuem?

P: A EMI terminou nosso contrato. "Lambada" virou febre nacional (não estou brincando, de verdade!). Shows ficaram muito difíceis de arrumar. Marielle decidiu cantar em uma banda de heavy-metal e, para ajudar ainda mais, havia a vida. Acho que cansamos de nadar contra a corrente. Amor à musica nunca pagou contas.

M: Bem, eu me sinto bastante culpada, como já assumi anteriormente. Fui irresponsável em vários momentos importantes da banda e sei que a falta de maturidade foi fator derradeiro. A assinatura do contrato do Volkana com a Eldorado também pesou... Eu me apaixonei pelo metal... e quando vi, já era. Sei que magoei pessoas legais com a minha falta de continuidade e loucuras... mas já foi.

Após a dissolução da banda, em quais outras bandas os membros do Arte no Escuro tocaram? Sabemos do Volkana e do Vollume, bandas que contaram com a voz preciosa da Marielle, além do Cores D Flores, sua atual banda. Você poderia comentá-las, Marielle? E quanto ao Pedro, ao Adriano e ao Paulo? Em quais outras bandas tocaram?

P: Eu e Paulo tivemos uma banda que nunca saiu do ensaio ou estúdio. Depois disso, fui convidado e acabei tocando no "new" Detrito Federal por quase um ano. Viajei o Brasil inteiro com eles tocando baixo e acabei escrevendo algumas letras e músicas. Também no Detrito, por uma época, estava o Eduardo "Balé", baterista do Escola de Escândalo. Aqui no Reino Unido, por volta de 96-98 fiz mix de música eletrônica com jazz, ou Breakbeat. Tenho um estúdio no meu laptop e toco baixo, violão e até teclado quando o santo baixa. Que eu saiba, Adriano e Paulo aposentaram as chuteiras em termos de música.

M: Mantenho contato com o Adriano, que conseguiu realizar seu sonho de ser diplomata, o que eu acho muito importante... realizar sonhos... com o Pedro, acho que falei pouquíssimas vezes, pois ele foi para Londres; com o Paulo também falei poucas vezes, mas sei que ele também realizou seu sonho de montar uma empresa de arquitetura. Quanto ao meu destino, fui para o Volkana, que teve uma ótima aceitação do público e da mídia, mas tive de me afastar quando meu irmão ficou doente e veio a falecer (ele era um grande amigo, parceiro... um tudo pra mim, aliás ele até participa do disco do Volkana), voltando pra Curitiba (minha cidade natal), onde minha família precisava de mim naquele momento. Já estava casada com o McCoy, que é um grande guitarrista e que esteve sempre ao meu lado nos quase quatro anos em que me neguei a cantar, convencendo-me a voltar a compor e me agilizar formando a Cores D Flores, após ir a um show do Capital Inicial no qual o Loro Jones e o Dinho me incentivaram muito também a voltar. A banda Vollume, na verdade, foi uma transição da Cores para um som mais pesado, mas sempre foi a Cores, embora com outro nome durante seis meses. Hoje, a Cores D Flores já está se fixando no mercado independente. Já temos três demos lançadas, o Entre Sonhos e Pesadelos, onde exponho as aflições de sonhar, amar e odiar neste planeta, quase uma coletânea dos anos anteriores da banda, contendo versões acústicas em gravações caseiras, mas que pra mim tinham de ser registradas, e naquele momento... coisa de maluco mesmo (risos). Agora estamos finalizando o nosso primeiro CD gravado em estúdio profissional, intitulado Paixão. Nele, temos algumas regravações do Entre Sonhos e Pesadelos, mas lá fica bem mais claro nosso peso, nossa meta musical e nossa melodia, minhas influências, tanto nas letras onde exponho meu respeito aos sentimentos confusos e maléficos do ser humano, e declaro minha Paixão e respeito ao meu público. O CD estará pronto para lançamento em março, e espero, através do seu site, ter a oportunidade de mostrar ao seu grande público esse meu trabalho atual, firmeza??? Também faço a minha parte aqui em Curitiba tentando agilizar uma maior amostragem da cena local através do meu programa na 96 Rádio Rock, o Geração Pedreira e em um site voltado à música paranaense – www.movimentoleitequente.com.br – que, a partir de janeiro, se tornará uma rádio... 24 horas de música paranaense na Web... "é nóis"! (risos)

Nós, entrevistadores, nunca somos capazes de fornecer oportunidades de as bandas expressarem tudo aquilo que seus apreciadores gostariam de ouvir. Por isso, deixo aberto este espaço para que vocês transmitam o que bem desejarem, com toda a liberdade possível. Muitíssimo obrigado pela entrevista!

P: Obrigado pelo interesse e, por favor, se tiverem algo que não está no site do Arte no Escuro, mandem-me que o incluirei, farei um link para o seu site e, claro, incluirei os devidos créditos.

M: Olha só... discordo da sua afirmativa na pergunta. Vocês entrevistadores são os responsáveis pela nossa visibilidade e nossas grandes oportunidades, como esta de estar aqui, de nos aproximarmos mais das pessoas que tanto valem para a gente... os que ouvem nossas canções, nossos corações. Pois para o músico, pelo menos eu penso assim, o mais importante é chegar aos corações através de melodias e poesias. Valeu mesmo, Cid! Conte sempre comigo.
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CINEMA- THE ROCKY HORROR PICTURE SHOW

THE ROCKY HORROR PICTURE SHOW

(1975, dirigido por Jim Sharman)

Difícil dizer se este é o ultimo fime Glam ou o primeiro filme Gótico. Ou o elo perdido? 1975 é ao mesmo tempo o auge e o fim do Glam-Rock. É preciso lembrar disto, e este filme se tornou um cult de varias gerações por misturar horror-B, musical glam, humor camp. Um musical comédia-horror de visual alucinante. O carro de um casal de noivos quebra no meio do nada e eles vão pedir ajuda exatamente ao Dr. Frankenfurther em um castelo próximo, habitado pelos alienígenas do planeta Transexual e que naquela noite vão trazer à vida um "Frankenstein" muito diferente. Imperdível!
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