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NOVAS E RAPIDINHAS!!!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010.
O evento BLACK HEAVEN que acontece dia 06 agora estar maravilhoso!! Para quem quiser curti estta saindo de sorocaba uma van ate campinas somente para este evento!! O preço da van com o ingresso incluso è de somente r$35.00 reais td junto,quem quiser assegurar um lugar na van basta acessar ao email lafongoth@hotmail.com !

-O evento do Supersonic intitulado SONIC PARTY foi cancelado pelo Sound BAR DEVIDO A ASSUNTOS AINDA DESCONHECIDOS!!
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ORIGINAL E ISNPIRADOR EM QUERER COMPRAR UM TAMBÈM!!!







PERSEPHONE

PERSEPHONE
Persephone é uma marca catarinense especializada em Corsets e Dark Clothes. Atendemos via Correio para todo o Brasil. Nossas atuações tem ampliado, pois agora também temos atendimento direto para a cidade de Sorocaba/SP e região. Por isso, clientes do lugar citado não pagam frete, basta entrar em contato. Os Corsets são personalizados de acordo com o gosto do(a)s clientes. Os modelos das roupas são sob medida. As fotos estão sob constante atualização. Os detalhes são inspirados em diversas épocas, a exemplo do Período Clássico, Medieval, Renascentista, Contemporâneo e Pós-Moderno, bem como atualizações Dark e Neogóticas. No entanto, não queremos rotular nosso estilo, pois estamos atentos as mais variadas influências. Movimentos artísticos que privilegiam contextos históricos são exemplos disso. Buscamos sempre novas inspirações e temas. Temos peças pronta-entrega para lojistas. Fazer uma peça Persephone é uma atividade praticamente artesanal, que demanda tempo e perfeição. Conheça nosso trabalho, seja bem-vindo. Colaboramos também com o Blog "Vinho e Cigarros" http://vinhoecigarros.blogspot.com
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MATA SAUDADES.......




Desireless, nome artístico de Claudie Fritsch-Mentrop, (Paris, 25 de dezembro de 1952) é uma cantora francesa de origem checa. Entre 1986 e 1988, sua mais famosa canção Voyage Voyage" ficou no topo das paradas em praticamente todo o mundo, sendo um dos ícones dos anos oitenta.
Quem viveu na década de 1980 muito provavelmente já cantou muito, ou tentou cantar, a música francesa mais famosa da época: Voyage Voyage.

Desireless é o nome artistico de Claudie Fritsch-Mentrop, cantora francesa de origem checa nascida 25 de dezembro de 1952, em Paris. Na década de 1970, Claudie formou-se e começou a trabalhar como Designer de Moda. Atraída para o meio musical graças aos seus amigos,ela começou a cantar em várias bandas de Jazz, New Wave e R&B no início da década de 1980.

Em 1983, Claudie conheceu o compositor e produtr musicalJean-Michel Rivat, que foi quem compôs Voyage Voyage. Lançada em 1986 somente como um single, a música ficou no topo das paradas musicais do mundo todo até pelo menos 1988 (a música foi relançada em 1989 como faixa do álbum François). O single vendeu cerca de 5 milhões de cópia no mundo todo, tendo recebido Disco de Ouro na França e na Alemanha.

O visual andrógino da cantora, com o típico penteado “porco-espinho” tão famoso naquela época, a fez uma das personalidades mais coloridas a darem graça no cenário pop europeu, enquanto o seu apelido, “Desireless”, teria sido inspirado pela viagem que ela fez a Índia e ao seu posterior interesse na filosofia de aceitação e serenidade interior hindú.

Além do mega hit de 1986, Desireless teve outros dois hits: John, de 1988 e Qui Sommes-Nous?, do álbum François, de 1989. Porém, o sucesso dessas duas músicas de longeé o mesmo que Voyage Voyage.

A cantora não encerrou sua carreira após o estrondoso sucesso de Voyage Voyage, muito pelo contrário: continua com sua carreira até hoje realizando e participando de alguns shows França adentro. Possui uma discografia pequena, sendo que o último álbum lançado foi More Love And Good Vibrations, de 2007.

Discografia

Álbuns

* François (1989)
* I love you (1994)
* Ses plus grands succès (2003)
* Un brin de paille (2004)
* More love and good vibrations (2007)
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O SÉTIMO SELO



(1957, Det Sjunde Inseglet, de Ingmar Bergman)

Filme alegórico em preto e branco. Um cavaleiro medieval volta à sua aldeia, mas a encontra devastada pela peste. A Morte quer levá-lo também, mas o cavaleiro quer entender o sentido da vida e para ganhar tempo desafia a Morte para uma partida de Xadrez…e o jogo começa. Várias questões existenciais e religiosas são abordadas em cenas antológicas e até engraçadas pra quem tem uma boa dose de humor negro.
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È SO ESCOLHER E VAIIIIIII !!!



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RECOMENDAMOS




Este site nòs recomendamos pois è super interessante e com excelente conteùdo para quem adora informação e sobre oque rola nas noites de sampa!!
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Narcissus Pool - Alien Nation

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MUITO BOM!

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POR TRÀS DO EVENTO,ANTES DO COMEÇO!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010.

Este evento foi memoravèl e incrivèl!! A Rosa Sombria Eventoa esteve em sia excelência ao realizar a segunda edição do ANJOS DA NOITE 02,mas `e claro que houve por de tr{as nos bastidores antes deste evento algumas coisas que AINDA não sabemos! Lord Lafon Goth nos conta oque tanto rolou nos bastidores deste evento antes de seu começo,com a palavra o senhor Lord Lafon...

*Ahhhh,como foi bonito neste noite!! Depois que o lendàrio Supersonic fechou as portas,estavamos em deprê por causa de querer fazer um evento dark novamente para o pùblico,atè então não havia espaço quando de repente Lady Doll e Everton inauguraram oque seria o inicio da era conteporânea das noites darks na cidade com o projeto Horror Shop Fest ^^ (obs:hà uma matèria falando sobre isso nas matèrias especias),dai por diante a noite gOtica sorocabana nunca mais foi a mesma,mas depois disso eles deram uma freada neste projeto e ficamos vendo moscas denovo....,Lord Vader e eu então fomos ate o novo espaço aberto que se chamava TEQUILAS BAR,conversei com a dona do locla que mostrou um interesse em fazer uma nova balada gòtica no espaço dela e marcamos a data!! Depois disso começamos a trabalhar no flyer e na seleção das musicas do evento,alugamos todos os equipamentos de som para este evento,enrolamos muito para terminar as musicas do evento rsrsr por conta de nossso compromisso com a Familia Rosa Sombria e coisas pessoais,o flyer jà estava circulando na web e empolgou multidões ^^,nos deru a exta noção que o ANJOS DA NOITE 02 seria um evento cheio e fantàstico!!
COM td pronto faltava fecharmos o set list da noite que ainda mal havia começado,sentimos medo em não conseguir concluir a tempo ,faltando algumas horas para o evento fui ate a casa de Vader e la para tirar o estresse tomamos uns vinhos regado com algumas doses de conhaque por cortesia a Carina(namo do Vader,mais animados fizemos o set list,definimos a sequencia,td etc ^^ NUM ÙNICO DIA E EM ALGUMAS HORAS ^^rsrsrs,nem mesmo a gente não acreditou no que fizemos mas como bons brasileiros deixamos td pra ùltima hora e terminamos bem!1
Depois disso foi sò relaxar e fazer o evento acontecer ^^

SOBRE A DISCOTECAGEM: super discotecagem com muita variação,levou nota 10 em tds os quesitos agradando muito.

SOBRE O PÙBLICO: comparecimento em massa e muita satisfação,galera nota 10 que ficou atè o fim.

SOBRE O LOCAL DO EVENTO: tequilas bar,local grande e confortavèl ao estilo anos 80 galpão abandonado^^ muito maraaa,nao deveu em nada,espaço para tds,local excelente.

SOBRE O FLYER: com uma mulher com visual cabaret deitada sobre um piano,um cartaz lindo por demais ^~,divugação e impressão no augee excelência,este evento rolou no dia23/05/2009 numa noite muito chique!!

LORD LAFON GOTH AGRADECE:
lord vader vc e foda nos flyers
carina valeu pelo incetivo com seus conhaques ^^
ed goth vc deu uma super força pra gente
sandro e carol do supersonic vcs estão em meu coração
tequilas bar valeu pelo espaço cedido
doll e everton obrigado por iniciarem a nova era dark ^^
pessoal que la esteve na festa vcs são demais ^^ sempre dando força para a cena!
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DEIXE SEU RECADO,SUGESTÃO,OPINIÃO,CRìTICA,POEMAS, E ETC..

quarta-feira, 18 de agosto de 2010.
SE vc quiser se manisfestar,dar sugestoes,deixar um poema ou artigo do qual seria interessante ter a publicaçao neste blog, deixe qualquer manifesto teu aqui e tenha certeza que sua opiniao seja qual for sera apreciada!!Este é o e-mail do blog,è so mandar oque você quiser que nôs publicaremos!!

GOTHICSOROCABA@GMAIL.COM
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PARA DEIXAR NOSSOS OLHOS CHEIOS DE VONTADE!!!

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POR TRÁS DO EVENTO,ANTES DO COMEÇO


Este evento marcou muito a noite gótica de Sorocaba,a Rosa Sombria Eventos mais uma vez fez o possivel para tornar a noite agradavèl para todos os presentes!
Lord Lafon Goth nos fala brevemente sobre os bastidores de Anjos da noite!
COM A PALAVRA O SENHOR LORD LAFON GOTH...
Ahh este evento foi bom demais ^^,para começar a gente fez um trampo no flyer nque ficou lindo!
O supersonic deu uma força para o evento distribuindo para os 20 primeiros uma dose bem servida de canelinha pra esquentar a noite^^,desde o começo este evento foi planejado para ser uma porta de inovaçãoe coisas novas para as noites darks sorocabana!
Tentamos cumprir com este propòsito , o evento nao teve assim grandes acontecimentos ,as pessoas amaram ^^ pois foi muito agradavèl,Lord Vader ficou por conta da discotecagens eletros dark e eu com anos 80´s na integra!!

SOBRE A DISCOTECAGEM: inicio da franquia anjos da noite,inovando o som no supersonic,com sons nunca tocados antes nas noites da cidade,discotecagem nota 10,os cd´s com as mùsicas deste evento estão em nosso acervo.

SOBRE O PÙBLICO: evento cheio,a galera dark comapreceu em peso e apreciou nosso trabalho.

SOBRE O LOCAL DO EVENTO: supersonic estav muito bom para esta noite,òtimo clima e paz total.

SOBRE O FLYER: com uma rua escurapara simbolizar ao supersonic,ficou lindo mas tivemos poblemas com sua impressão e a divulgação ficou um tanto comprometida,este evento rolou no dia 05/07/2008,uma noite de clima agradavèl.

TEMA DESTE EVENTO: diary of dreams
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ESTÀ QUASE LÀ!!!!



Esta sendo feita uma van para este evento que rolara em campinas!

O ingresso+van ida-e-volta saiar por apenas miseros r$35,00 !!! È uma pechincha gente!!!
Para quem quiser ir basta somente deixer um recado com endereço de e-mail aqui neste post que entraremos em contato brevemente!!
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VEM AI UM GRANDE SHOW!!

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O MANIFESTO

segunda-feira, 16 de agosto de 2010.
SE vc quiser se manisfestar,dar sugestoes,deixar um poema ou artigo do qual seria interessante ter a publicaçao neste blog, deixe qualquer manifesto teu aqui e tenha certeza que sua opiniao seja qual for sera apreciada!!

GOTHICSOROCABA@GMAIL.COM

este eh o email do blog!
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EXCURSÃO PARA EVENTO EM CAMPINAS!




Esta sendo feita uma van para este evento que rolara em campinas!

O ingresso+van ida-e-volta saiar por apenas miseros r$35,00 !!! È uma pechincha gente!!!
Para quem quiser ir basta somente deixer um recado com endereço de e-mail aqui neste post que entraremos em contato brevemente!!
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POR TRÀS DO EVENTO ANTES DO COMEÇO!


Lord Lafon Goth abre o jogo e fala sobre os bastidores dos eventos da Rosa Sombria Eventos para a Gothic Sorocaba!
Ao começar pelo BIRTHDAY Goth Fest!! Com a palavra,o senhor Lord Lafon Goth!!

ËU ME LEMBRO BEM DESTE EVENTO ^^,foi no dia 01 de maio,era meu niver tbm por issso este foi o nome do evento!
Depois da data confirmada pelo sandro do supersonic,Lord Vader e eu começamos a preparar o flyer,nada de mais ,algo bem simples e chamativo tbm ^^estavmos escutando Emilie Autumn e dai veio a luz de colocar uma foto dela como pano de fundo para o flyer!! Deu td certo no final e logo em seguida foram a vez de selecionar as musicas do evento!!os cd´s com a discotecagem deste evento deixamos de presente para os donos do Supersonic^^,ja np dia do evento foi uma correria pois e levaria um bolo feito por minha irmã tbm!1
Estava chegando a noite e logo meu amigo Alna surge das profundezas da FAIXA DE GAZA(green valey) e logo ja compramos dois galões de 5l de vinho para ir bebendo so para esquentar pois estav uma noite extramamente fria e gelada!
Eu estava tão ansioso que cheguei ao local antes dos donos do SUpersonic rsrsr,em seguida ja no ponto do busão estavmos enchendo a cara que nem condenados ^^ e os amigos surgindo aos poucos tbm ^^,
Tudo que posso dizer a vocês meu amigos é que foi no final de tudo um evento lindo e mara!!

SOBRE A DISCOTECAGEM: a primeira da franquia Rosa Sombria Eventos,tocou desde anos 80´s,e.b.m.,dark eave,synthpop etc...nota 10!! novos sons e tradicionais no Supersonic,os cd´s com as musicas deste evento foram dados de prsente aos nossos amigos donos do SUPERSONIC!!

SOBRE O PÙBLICO: evento esteve cheio,muitos amigos,ja que tbm se tratava de meu niver ^^,nota 10 para a galera que que curtiu e apreciou nossos trabalho,meu bolo,meu vinho ^^!

SOBRE O FLYER: muito lindo ^^ com Emilie Autumn na capa!!ESTE EVENTO ACONTECEU NO DIA 01/05/2008,estav uma noite muito fria!!

SOBRE O LOCLA DO EVENTO: o Supersonic è um lugar pequeno e acolhedor,para este evento foi perfeito com seu clima retrô e sua pista de dança maravilhosa!!

TEMA DE SOM DESTE EVENTO:um belo especial de EMILIE AUTUMN!!

Lord Lafon Goth agradece:
minha irmã pelo bolo ^^
sandro e carol do suersonic são grandes amigos meus ^~
alan pelo poder e pelo vinho e tantas risadas nesta noite^^
MEU AMIGO LORD VADER porsua dedicaçao e entusiasmos
engel pelo presentão
a tds meus amigos que foram e comapreceram ao evento de comemoraçao ao meu niver ^^, abraços e bjs p/ vcs!
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BOA!!


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LOJINHA DA LAV!/ Lavdate esta prestes a abrir sua loja! Mas desde agora ela ja esta vendendo seus produtos via internet para quem quiser conferir e

sexta-feira, 13 de agosto de 2010.










Lavdate esta prestes a abrir sua loja! Mas desde agora ela ja esta vendendo seus produtos via internet para quem quiser conferir e comprar!!

http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?origin=is&uid=11258297840764278800
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excursão para evento em campinas!



Esta sendo feita uma van para este evento que rolara em campinas!

O ingresso+van ida-e-volta saiar por apenas miseros r$35,00 !!! È uma pechincha gente!!!
Para quem quiser ir basta somente deixer um recado com endereço de e-mail aqui neste post que entraremos em contato brevemente!!
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LORD BYRON




George Gordon Byron, 6º Barão Byron (Londres, 22 de janeiro de 1788 — Missolonghi, 19 de abril de 1824), melhor conhecido como Lorde Byron, foi um destacado poeta britânico e uma das figuras mais influentes do Romantismo.

Ele é famoso pelas suas obras-primas, tais como Peregrinação de Childe Harold e Don Juan. Esse último permaneceu inacabado devido à sua morte iminente. Byron é considerado como um dos maiores poetas europeus, é muito lido até os dias de hoje, também foi um dos primeiros escritores a descrever os efeitos da maconha.

A fama de Byron não se deve somente aos seus escritos, mas também a sua vida — amplamente considerada extravagante — que inclui numerosas amantes, dívidas, separações e alegações de incesto.

Encontrou a morte em Missolonghi, no litoral norte do Golfo de Pratas, onde estava lutando ao lado dos gregos pela sua independência da opressão turca. Segundo consta, a causa da morte parece ter sido uremia, complicada por febre reumática.

Sua filha, Ada Lovelace, colaborou com Charles Babbage para o engenho analítico, um passo importante na história dos computadores.

Ele foi famosamente descrito por Lady Caroline Lamb como “louco, mau e perigoso para se conhecer”.
A Família Byron

Ameaçado de excomunhão, pelo assassinato de Thomas Becket, o Rei Henrique II prometeu ao Papa fazer penitência e donativos aos mosteiros. Ordenou que árvores fossem tombadas e que se construíssem no local abadias, dedicadas à Virgem, que receberam o nome de Newstead.

Os monges que viviam em Newstead obedeciam a regras simples, tais como: não possuir nada, amar a Deus e ao próximo, vencer as tentações carnais e não fazer nada que provocasse escândalos. Além disso, distribuíam aos pobres esmolas anuais em memória de seu Fundador.

Os abades sucederam-se durante três séculos, até o reinado de Henrique VIII. Este, com a intenção de se casar com Ana Bolena, pediu ao Papa para que anulasse seu casamento com Catarina de Aragão. O Papa recusou.

Foi então, decretado o confisco de todos os conventos religiosos que não dispusessem de renda maior que 200 libras. A abadia de Newstead foi atingida pelo decretro e, os cônegos que ali viviam, foram expulsos com mínimos benefícios concedidos pelo Rei.

Os camponeses, frustrados, viram partir os monges. Imaginaram que eles iriam assombrar as celas vazias e que a abadia causaria desgraças a quem ousasse comprá-la. Um ano depois, o Rei Henrique VIII vendeu o mosteiro ao seu fiel súdito Sir John Byron, conhecido como o “Pequeno Sir John da Barba Grande”.

Sir John pertencia a uma família que possuía inúmeras terras. Ele transformou a abadia num imenso e belo castelo e seus descendentes apegaram-se àquela casa. Ninguém, exceto os camponeses, imaginava que a influência dos monges viesse a afetar tanto a família Byron.
A Influência dos Monges

O quarto lorde Byron, que viveu no século XVII, teve dois filhos que iriam marcar pela eternidade as influências negativas dos monges sobre a família: O mais velho, quinto lorde Byron, teve seu destino marcado pelo assassinato que cometeu. Ele estava em uma taverna, conversando sobre caça, quando iniciou uma ignóbil discussão com Mr. Chaworth, que havia debochado do quinto lorde por suas desvantagens de caça.

Ambos enfrentaram-se, e Mr. Chaworth foi rasgado pela espada de Byron. O quinto e desgraçado lorde Byron foi julgado e absolvido. Porém carregou consigo o eterno peso de ser encarado como um assassino. Talvez, por isso, tenha desenvolvido um comportamento estranho durante sua vida, o mesmo comportamento que o qualificou com o apelido de “lorde mau”.

Durante a noite, ele abria as represas dos rios para destruir as usinas de fiação; esvaziava os lagos dos vizinhos; mandou construir na margem de seu lago dois pequenos fortes de pedra, e mantinha uma frota de barcos de brinquedo, os quais fazia flutuar no lago; organizava sobre seu próprio corpo corridas de grilos que, segundo seus criados, obedeciam-no.

Já seu irmão (avô do Byron poeta) não conseguia fugir da semelhante sina. “Jack Mau-Tempo”, como era chamado, era um azarado almirante, que morreu como vice-almirante em 1786. Seu apelido não era ocasional. Diziam que toda vez que Byron preparava o barco e posicionava-se sobre ele, uma forte tempestade armava-se. “Jack Mau-Tempo” teve dois filhos: o mais velho, John, pai do Byron poeta, era soldado. O segundo, Georges Anson, marinheiro.
O nascimento de Augusta e a união com os Gordon

John Byron era um soldado violento e que acumulava monstruosas dívidas, fato que o apelidou de “Jack o Louco”. Casou-se com a, até então, Marquesa de Carmarthen, uma linda jovem que abandonou seu marido, Lord Carmarthen, para ficar com Byron, tornando-se assim, a Baronesa Conyers.

Com Lady Conyers, Byron teve uma filha: Augusta Byron. Logo após o nascimento de Augusta, Lady Conyers morre. Alguns dizem que ela foi vítima de maus-tratos de John Byron. Os Byron se defendem, alegando que sua morte foi ocasionada por imprudência da mesma, ao caçar a cavalo ainda de repouso do parto.

Logo depois da morte de Lady Conyers, John Byron foi “afogar suas mágoas” em Bath, um balneário em moda na época. Lá conheceu Catherine de Gight, uma órfã e herdeira escocesa. Catherine era feia: pequena, gorda, com pele corada demais e nariz comprido. Porém, possuía algo em que John Byron se interessava: era herdeira de 23 mil libras, destas, três mil liquidas e o resto representado pela propriedade de Gight, direitos de pescas de salmão e ações de um banco em Aberdeen.

Apesar de bem nascida, Catherine era herdeira de uma família que carregava em sua história trágicos acontecimentos. Os Gordon, representados pelo primeiro senhor de Gight, Sir William Gordon, eram realmente marcados por sinas: William Gordon morreu afogado, Alexandre Gordon assassinado, John Gordon enforcado, e por aí segue.Os membros da família possuíam um temperamento semelhante aos bárbaros. Bastava alguém se intrometer em seus caminhos, que de imediato eram atacados e mortos pelos mesmos.

A ira dos Gordon não foi suficiente para impedir o casamento de Catherine com John. Desse casamento, marcado pela desgraça, nasce George Gordon Byron, o poeta que mudaria as vertentes dos movimentos literários e submeteria fiéis seguidores às suas peripécias.

Não demorou muito para a rica Catherine, se submeter às perdas irreparáveis possibilitadas pelo marido. John tratou de gastar não só a fortuna liquida, como todos os bens de Catherine. Como se não bastasse, o mesmo tinha amantes por todos os cantos, maltratava Catherine, era audacioso para conquista de suas vontades e viveu muito bem! Até morrer às mínguas: John suicidou-se pela miséria que o mesmo construiu. Tal miséria não era apenas uma conseqüência subjetiva, ela se alastrou também à vida de Catherine. Foi essa a herança deixada por John Byron, até então.

George Gordon Byron: o poeta começa a descobrir o mundo
Lord Byron.

George Gordon Byron cresceu graças ao sacrifício custoso da sofrida mãe. Sozinha, Catherine se desdobrou para criar o pequeno Byron. Procurou sempre as melhores referências para que Byron fosse alguém melhor que seu pai. Porém, não era apenas de virtudes que se esbaldava Catherine: Constantemente, era abordada por um sentimento de ira e infelicidade, os quais descontava em seu filho, batendo-lhe. Além da mãe, o pequeno Byron contava com a ira incógnita de sua governanta, cujo nome era May Gray.

Sob o teto de uma criação instável, Byron ainda portava uma pequena enfermidade que o marcaria com forte veemência: ele possuía um defeito em uma das pernas, era coxo. Tal defeito foi um obstáculo enorme no desenvolvimento do garoto, que se sentia envergonhado perante os outros. O tratamento, exaustivo, também o irritava muito!

Contudo, os anátemas destinados a esse Byron, não fariam tanto efeito como pensado. O garoto possuía características peculiares que o destacavam. Apaixonou-se por literatura ao primeiro contato – ainda bem novo – com a história de Caim e Abel contada por um professor de História de sua escola. Além de tudo, foi conquistando amigos no colégio de maneira bastante surpreendente, cito: Uma certa vez, um garoto – primeiro amigo de Byron – apanhava de um tirano marmanjo. Byron, com a voz trêmula e os olhos cheios de lágrimas, perguntou para o autor, quantos socos pretendia dar em seu amigo. Surpreendido, o garoto perguntou o motivo dessa “estúpida” pergunta. Byron, disse: “Se não se importar, gostaria de receber a metade”.

Byron conquistou, também, o diretor de seu colégio, o Doutor Joseph Drury, que – de tanta afeição – ofereceu-se para ensinar latim e grego a Byron. O Dr. Drury foi um grande condutor do menino Byron, porém ganhou diversos momentos de enxaquecas pela ousadia disciplinar do garoto.
decisão de ser poeta e a posse na Câmara dos Lordes

Byron havia se irritado com as audácias malignas da mãe. Com isso, resolveu deixar a cidade de Southwell e partiu para Londres. Lá, enquanto esperava alcançar a maioridade, Byron decidiu ser poeta, embalado pelos literatos que, durante toda sua adolescência, leu.

Escreveu uma série de poemas e, apoiado por uma amiga de Southwell – cujo nome era Elizabeth – publicou o seu primeiro livro: Horas Ociosas. Byron havia dedicado grande parte de seu tempo para concretizar o projeto. Deixou ao encargo de Elizabeth a organização e a impressão.Os primeiros exemplares impressos foram distribuídos a amigos e conhecidos. Logo então, os conseqüentes exemplares foram entregues às livrarias e propostos a consignação. Byron, ansioso, visitava o máximo possível de livrarias para conferir a vendagem, que por sinal era boa! Logo, começaram as críticas: as pessoas de Southwell não haviam gostado do livro, faziam críticas frias ao trabalho de Byron e se sentiam ofendidas com suas manifestações de ódio ao lugar (Southwell). Já a crítica se ocupou da duplicidade de opinião de sempre: uns elogiavam, outros arrasavam.

Byron recebia elogios de seus amigos e de familiares distantes. Porém, um aviso sobre um artigo hostil e violento que seria publicado na Revista de Edimburgo – principal órgão liberal escocês, lhe chegou aos ouvidos.Ele esperava com grande ansiedade, mas não esperava tanto: “A poesia desse jovem Lord pertence àquela cuja existência nem Deus e nem os homens admitem. Para diminuir seu crime, o nobre autor apresenta sobretudo o argumento de sua menoridade. Provavelmente pretende dizer: vejam como um menor pode escrever! Este poema foi feito por um rapaz de 18 anos… e este por um de 16!…”, e por aí prossegue, com um tom igualmente cruel. Byron ficou arrasado! Pensou em replicar, mas decidiu calar-se – por enquanto. Relevou o fato de que todos os escritores passam por isso em suas respectivas carreiras e prosseguiu com a mesma empolgação.

Lord Byron decidiu partir para uma viagem incógnita, na qual ele pretendia descobrir as belezas dos países vizinhos a Inglaterra. Visitou vários países e despencou seu gosto à beleza contrastante entre as obras góticas e as produzidas pela guerra. Byron achava lindas as paisagens de uma cidade destruída pelos corpos moribundos jogados pelos cantos. Obteve diversas experiências e voltou renovado para Inglaterra. Foi, então, convocada sua presença na Câmara dos Lordes para tomar posse de seu cargo. Byron agiu completamente contra as tradições que assolavam a Câmara: primeiro, foi acompanhado apenas de um amigo, enquanto a presença da família nunca deixou de existir como princípio aos Lordes. Depois, agiu como um indiferente ao receber os cumprimentos do “presidente da Câmara”. Seu amigo espantou-se ao presenciar tamanha arrogância: Byron ofereceu ao “presidente” apenas as pontas dos dedos como forma de, segundo ele, “não iludi-lo em relação ao seu possível apoio, pois não o daria a ninguém deste lugar”.

O tempo se passou e o poeta resolveu lançar seu mais novo trabalho: Childe Harold. O livro contava suas aventuras durante a viagem pela Europa e foi concebido pela sociedade como um novo fenômeno literário. Byron, de início, não acreditava que seu livro fosse capaz de causar tanto frisson; contudo, foi o que aconteceu. A obra explodiu como uma bomba prestes a iniciar novos tempos na vida de um homem que, por sua vez, estava prestes a viver algo bem mais explosivo que o sucesso: o incesto.

Nasce o Dom Juan e a eterna tormenta…

A nova vida se instalava com ares de idolatria. Um rei suspenso de seu posto por toda vida e que definitivamente tomava seu devido lugar. Byron era aclamado em todos os cantos da grande Inglaterra. Intelectuais, políticos, artistas e – principalmente – mulheres, proclamavam seu nome em todas as discussões imagináveis.

O pequeno jovem coxo, antes recusado por inúmeras garotas, era então o ideal imaginário de nove entre dez mulheres inglesas. Todas fantasiavam suas feições, imaginavam seus dotes e deslumbravam-se aos versos de uma literatura excêntrica e real.

Como não poderia deixar de ser, Byron enfeitiçou a alma de inúmeras mulheres – em sua maioria, casadas – e viveu romances pitorescos, condenados ao fim pelo desprezo e pela indiferença do poeta. Assim, diversas mulheres, cujos casamentos estavam condenados às ruínas, se esbaldavam e deixavam-se cobrir pelos braços do poeta querido.

Mas Byron, frágil e propenso à desgraça, não escaparia do peso maior que carregaria por toda sua vida: Augusta, sua irmã, estava em condições iguais das mulheres casadas que se renderam aos encantos de Byron. Seu casamento não ia bem, e se refugiou na casa do irmão para aliviar a tensão que a perseguia desde então. Byron recebeu-a de braços abertos e toda sua admiração se legou em cordialidade. Entretanto, algo bombástico alimentava sua ânsia. Começou a enxergar a irmã com outros olhos: via-a como uma semelhança, um espelho raro petrificado por idêntica sina, como uma possibilidade de encontrar o Byron escondido pelo ser anti-social e céptico. Além, enxergava-a como uma mulher de exorbitante beleza e que precisava de algo a mais do que os braços seguros de um irmão. Não pensou lucidamente, quando esqueceu a semelhança sangüínea, a hereditariedade e as anátemas profetizadas em nome de um ato incomum e estonteante. Contudo,seguiu controlando-se, até as asas de uma vida errante produzirem névoas bruscas e não fornecerem apoio para a negação! Nada propunha a Byron um caminho contrário ao do seguido.Não obstante, Augusta voltou para casa grávida.
Exemplo de poema do autor

Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio

Tradução de Castro Alves

Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.

Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie a terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os teus olhos.

Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora eu;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?

Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.

E por que não? Se as frontes geram tal tristeza
Através da existência -curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia.
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ABSINTHE



Confiram como este maravilhoso projeto nasceu e hoje esta entre os mais lindos e empolgantes da cena gothic/darkwave de São Paulo!!

O que é o Projeto Absinthe?

O nome do projeto é uma homenagem à bebida destilada “Absinto” que foi muito popular na França durante a Belle Époque (final do século XIX a princípios do Século XX) sendo também a bebida preferida de artistas como Baudelaire, Verlaine, Rimbaud, Van Gogh, Oscar Wilde e Toulouse-Lautrec e remete diretamente à algumas características marcantes da época como a cultura cosmopolita, os cafés, cabarés e o clima intelectual e artístico. Uma época em que havia a perfeita integração entre diversão, cultura e arte, algo que se perdeu há muito tempo na sociedade oficial e que nós, Góticos, continuamos insistindo em resgatar… Por associação com todo esse imaginário artístico e boêmio, essa bebida é tradicional em cenas Góticas do mundo inteiro.

O Projeto Absinthe reúne o melhor do Theatro dos Vampiros e de toda nossa experiência ao longo de seis anos na produção de eventos góticos e traz ainda inovações conceituais. Continuaremos com o mesmo compromisso de trazer inovação e manter a qualidade e segurança na cena Gótica/Darkwave de São Paulo. No evento, continuaremos também recuperando os clássicos góticos/darkwave dos anos 80 e 90, e trazendo as melhores novidades do século XXI e, sempre que possível, apresentações de trabalhos artísticos como dança, exposições, DJs convidados, bandas e autores para noite de autógrafos, reafirmando o nosso compromisso de atualização coerente da cena Gótica.

Os descontos e vantagens oferecidos pelo Cadastro do Theatro dos Vampiros continuarão sendo válidos para o projeto Absinthe. Mais detalhes e novidades do projeto Absinthe em breve.


http://www.gothicstation.com.br/absinthe.htm


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local: FOFINHO Rock Bar
av.celso garcia, 2728- em frente ao corpo de bombeiros
próximo ao metro Belém – em S.Paulo- SP – info: 8159 6458
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dúvidas: eventos_goticos@yahoo.com.br
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Votação esmagadora

terça-feira, 10 de agosto de 2010.
Em nossa ùltima enquete perguntamos sobre oque està acontecendo com a cena gòtica de sorocaba!
Houve a resposta esmagadora que oque falta para nossa cena local è simplesmente a falta de saber oque è a sub-cultura gòtica!!!!!!!
A Gothic Sorocaba se surpreendeu com essa resposta mas tambèm sabemos bem que a realidade è realmente esta na cena local pois ha muita juventude e pouco saber sobre oque è realmente o gótico.
POR ISSSO A GOTHIC SOROCABA PERGUNTA A TODOS VOCÊS......

OQUE È O GÒTICO PARA VOCÊ????



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ARTIGO DO MOMENTO- luto e melancolia

segunda-feira, 9 de agosto de 2010.
Tendo os sonhos nos servido de protótipo das perturbações mentais narcisistas na vida normal, tentaremos agora lançar alguma luz sobre a natureza da melancolia, comparando-a com o afeto normal do luto. Dessa vez, porém, devemos começar por fazer uma confissão, como advertência contra qualquer superestimação do valor de nossas conclusões. A melancolia, cuja definição varia inclusive na psiquiatria descritiva, assume várias formas clínicas, cujo agrupamento numa única unidade não parece ter sido estabelecido com certeza, sendo que algumas dessas formas sugerem afecções antes somáticas do que psicogênicas. Nosso material, independentemente de tais impressões acessíveis a todo observador, limita-se a um pequeno número de casos de natureza psicogênica indiscutível. Desde o início, portanto, abandonaremos toda e qualquer reivindicação à validade geral de nossas conclusões, e nos consolaremos com a reflexão de que, com os meios de pesquisa à nossa disposição hoje em dia, dificilmente descobriríamos alguma coisa que não fosse típica, se não de toda uma classe de perturbações, pelo menos de um pequeno grupo delas.

A correlação entre a melancolia e o luto parece justificada pelo quadro geral dessas duas condições.

Além disso, as causas excitantes devidas a influências ambientais são, na medida em que podemos discerni-las, as mesmas para ambas as condições. O luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante. Em algumas pessoas, as mesmas influências produzem melancolia em vez de luto; por conseguinte, suspeitamos que essas pessoas possuem uma disposição patológica. Também vale a pena notar que, embora o luto envolva graves afastamentos daquilo que constitui a atitude normal para com a vida, jamais nos ocorre considerá-lo como sendo uma condição patológica e submetê-lo a tratamento médico. Confiamos que seja superado após certo lapso de tempo, e julgamos inútil ou mesmo prejudicial qualquer interferência em relação a ele.

Os traços mentais distintivos da melancolia são um desânimo profundamente penoso, a cessação de interesse pelo mundo externo, a perda da capacidade de amar, a inibição de toda e qualquer atividade, e uma diminuição dos sentimentos de auto-estima a ponto de encontrar expressão em auto-recriminação e auto-envilecimento, culminando numa expectativa delirante de punição. Esse quadro torna-se um pouco mais inteligível quando consideramos que, com uma única exceção, os mesmos traços são encontrados no luto. A perturbação da auto-estima está ausente no luto; fora isso, porém, as características são as mesmas. O luto profundo, a reação à perda de alguém que se ama, encerra o mesmo estado de espírito penoso, a mesma perda de interesse pelo mundo externo na medida em que este não evoca esse alguém , a mesma perda da capacidade de adotar um novo objeto de amor (o que significaria substituí-lo) e o mesmo afastamento de toda e qualquer atividade que não esteja ligada a pensamentos sobre ele. É fácil constatar que essa inibição e circunscrição do ego é expressão de uma exclusiva devoção ao luto, devoção que nada deixa a outros propósitos ou a outros interesses. E, realmente, só porque sabemos explicá-la tão bem é que essa atitude não nos parece patológica.

Parece-nos também uma comparação adequada chamar a disposição para o luto de “dolorosa”. É bem provável que vejamos a justificação disso quando estivermos em condições de apresentar uma caracterização da economia da dor.

Em que consiste, portanto, o trabalho que o luto realiza ? Não me parece forçado apresentá-lo da forma que se segue. O teste da realidade revelou que o objeto amado não existe mais, passando a exigir que toda a libido seja retirada de suas ligações com aquele objeto. Essa exigência provoca uma oposição compreensível é fato notório que as pessoas nunca abandonam de bom grado uma posição libidinal, nem mesmo, na realidade, quando um substituto já se lhes acena. Essa oposição pode ser tão intensa que dá lugar a um desvio da realidade e a um apego ao objeto por intermédio de uma psicose alucinatória carregada de desejo. Normalmente, prevalece o respeito pela realidade, ainda que suas ordens não possam ser obedecidas de imediato. São executadas pouco a pouco, com grande dispêndio de tempo e de energia catexial, prolongando-se psiquicamente, nesse meio tempo, a existência do objeto perdido. Cada uma das lembranças e expectativas isoladas, através das quais a libido está vinculada ao objeto, é evocada e hipercatexizada, e o desligamento da libido se realiza em relação a cada uma delas. Por que essa transigência, pela qual o domínio da realidade se faz fragmentariamente, deve ser não extraordinariamente penosa, de forma alguma é coisa fácil de explicar em termos de economia. É notável que esse penoso desprazer seja aceito por nós como algo natural. Contudo, o fato é que, quando o trabalho do luto se conclui, o ego fica outra vez livre e desinibido.

Apliquemos agora à melancolia o que aprendemos sobre o luto. Num conjunto de casos é evidente que a melancolia também pode constituir reação à perda de um objeto amado. Onde as causas excitantes se mostram diferentes, pode-se reconhecer que existe uma perda de natureza mais ideal.

O objeto talvez não tenha realmente morrido, mas tenha sido perdido enquanto objeto de amor (como no caso, por exemplo, de uma noiva que tenha levado o foro). Ainda em outros casos nos sentimos justificados em sustentar a crença de que uma perda dessa espécie ocorreu; não podemos, porém, ver claramente o que foi perdido, sendo de todo razoável supor que também o paciente não pode conscientemente perceber o que perdeu. Isso, realmente, talvez ocorra dessa forma, mesmo que o paciente esteja cônscio da perda que deu origem à sua melancolia, mas apenas no sentido de que sabe quem ele perdeu, mas não o que perdeu nesse alguém. Isso sugeriria que a melancolia está de alguma forma relacionada a uma perda objetal retirada da consciência, em contraposição ao luto, no qual nada existe de inconsciente a respeito da perda.

No luto, verificamos que a inibição e a perda de interesse são plenamente explicadas pelo trabalho do luto no qual o ego é absorvido. Na melancolia, a perda desconhecida resultará num trabalho interno semelhante e será, portanto, responsável pela inibição melancólica. A diferença consiste em que a inibição do melancólico nos parece enigmática porque não podemos ver o que é que o está absorvendo tão completamente. O melancólico exibe ainda uma outra coisa que está ausente no luto uma diminuição extraordinária de sua auto-estima, um empobrecimento de seu ego em grande escala. No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio ego. O paciente representa seu ego para nós como sendo desprovido de valor, incapaz de qualquer realização e moralmente desprezível, ele se repreende e se envilece, esperando ser expulso e .punido. Degrada-se perante todos, e sente comiseração por seus próprios parentes por estarem ligados a uma pessoa tão desprezível. Não acha que uma mudança se tenha processado nele, mas estende sua auto-crítica até o passado, declarando que nunca foi melhor. Esse quadro de um delírio de inferioridade (principalmente moral) é completado pela insônia e pela recusa a se alimentar, e o que é psicologicamente notável por uma superação do instinto que compele todo ser vivo a se apegar à vida.

Seria igualmente infrutífero, de um ponto de vista científico e terapêutico, contradizer um paciente que faz tais acusações contra seu ego. Certamente, de alguma forma ele deve estar com a razão e descreve algo que é como lhe parece ser. Devemos, portanto, confirmar de imediato, e sem reservas, algumas de suas declarações. Ele se encontra, de fato, tão desinteressado e tão incapaz de amor e de realização quanto afirma. Mas isso, como sabemos, é secundário; trata-se do efeito do trabalho interno que lhe consome o ego trabalho que, nos sendo desconhecido, é, porém, comparável ao do luto. O paciente também nos parece justificado em fazer outras auto-acusações; apenas, ele dispõe de uma visão mais penetrante da verdade do que outras pessoas que não são melancólicas. Quando, em sua exacerbada auto-crítica, ele se descreve como mesquinho, egoísta, desonesto, carente de independência, alguém cujo único objetivo tem sido ocultar as fraquezas de sua própria natureza, pode ser, até onde sabemos, que tenha chegado bem perto de se compreender a si mesmo; ficamos imaginando, tão-somente, por que um homem precisa adoecer para ter acesso a uma verdade dessa espécie. Com efeito, não pode haver dúvida de que todo aquele que sustenta e comunica a outros uma opinião de si mesmo como esta (opinião que Hamlet tinha a respeito tanto de si quanto de todo mundo), está doente, quer fale a verdade, quer se mostre mais ou menos injusto para consigo mesmo. Tampouco é difícil ver que, até onde podemos julgar, não há correspondência entre o grau de auto-degradação e sua real justificação. Uma mulher boa, capaz e conscienciosa, não terá palavras mais elogiosas para si mesma, durante a melancolia, do que uma que de fato seja desprovida de valor; realmente, talvez a primeira tenha mais probabilidades de contrair a doença do que a segunda, a cujo respeito também nós nada teríamos a dizer de bom. Por fim, deve ocorrer-nos que, afinal de contas, o melancólico não se comporta da mesma maneira que uma pessoa esmagada, de uma forma normal, pelo remorso e pela auto-recriminação. Sentimentos de vergonha diante de outras pessoas que, mais do que qualquer outra coisa, caracterizariam essa última condição, faltam ao melancólico ou, pelo menos, não são proeminentes nele. Poder-se-ia ressaltar a presença nele de um traço quase oposto, de uma insistente comunicabilidade, que encontra satisfação no desmascaramento de si mesmo.

O ponto essencial, portanto, não consiste em saber se a auto-difamação aflitiva do melancólico é correta, no sentido de que sua auto-crítica esteja de acordo com a opinião de outras pessoas. O ponto consiste, antes, em saber se ele está apresentando uma descrição correta de sua situação psicológica. Ele perdeu seu amor-próprio e deve ter tido boas razões para tanto. É verdade que então nos deparamos com uma contradição que coloca um problema de difícil solução. A analogia com o luto nos levou a concluir que ele sofrera uma perda relativa a um objeto; o que o paciente nos diz aponta para uma perda relativa a seu ego.

Antes de passarmos a essa contradição, detenhamo-nos um pouco no conceito que a perturbação do melancólico oferece a respeito da constituição do ego humano. Vemos como nele uma parte do ego se coloca contra a outra, julga-a criticamente e, por assim dizer, toma-a como seu objeto. Nossa desconfiança de que o agente crítico, que aqui se separa do ego, talvez também revele sua independência em outras circunstâncias, será confirmada ao longo de toda a observação ulterior.

Realmente, encontraremos fundamentos para distinguir esse agente do restante do ego. Aqui, estamo-nos familiarizando com o agente comumente denominado “consciência”; vamos incluí-lo, juntamente com a censura da consciência e do teste da realidade, entre as principais instituições do ego, e poderemos provar que ela pode ficar doente por sua própria causa. No quadro clínico da melancolia, a insatisfação com o ego constitui, por motivos de ordem moral, a característica mais marcante. Freqüentemente, a auto-avaliação do paciente se preocupa muito menos com a enfermidade do corpo, a feiúra ou a fraqueza, ou com a inferioridade social; quanto a essa categoria, somente seu temor da pobreza e as afirmações de que vai ficar pobre ocupam posição proeminente.

Há uma observação, de modo algum difícil de ser feita, que leva à explicação da contradição mencionada acima [no fim do penúltimo parágrafo]. Se se ouvir pacientemente as muitas e variadas auto-acusações de um melancólico, não se poderá evitar, no fim, a impressão de que freqüentemente as mais violentas delas dificilmente se aplicam ao próprio paciente, mas que, com ligeiras modificações, se ajustam realmente a outrém, a alguém que o paciente ama, amou ou deveria amar. Toda vez que se examinam os fatos, essa conjectura é confirmada. É assim que encontramos a chave do quadro clínico: percebemos que as auto-recriminações são recriminações feitas a um objeto amado que foram deslocadas desse objeto para o ego do próprio paciente.

A mulher que lamenta em altos brados o fato de o marido estar preso a uma esposa incapaz como ela, na verdade está acusando o marido de ser incapaz, não importando o sentido que ela possa atribuir a isso. Não há por que se surpreender com o fato de haver algumas auto-recriminações autênticas difundidas entre as que foram transpostas. Permite-se que estas se intrometam, de uma vez que ajudam a mascarar as outras e a tornar impossível o reconhecimento do verdadeiro estado de coisas. Além disso, elas derivam dos prós e dos contras do conflito amoroso que levou à perda do amor. Também o comportamento dos pacientes, agora, se torna bem mais inteligível. Suas queixas são realmente “queixumes”, no sentido antigo da palavra. Eles não se envergonham, nem se ocultam, já que tudo de desairoso que dizem sobre eles próprios refere-se, no fundo, à outra pessoa.

Além disso, estão longe de demonstrar perante aqueles que o cercam uma atitude de humildade e submissão única que caberia a pessoas tão desprezíveis. Pelo contrário, tornam-se as pessoas mais maçantes, dando sempre a impressão de que se sentem desconsideradas e de que foram tratadas com grande injustiça. Tudo isso só é possível porque as reações expressas em seu comportamento ainda procedem de uma constelação mental de revolta que, por um certo processo, passou então para o estado esmagado de melancolia.

Não é difícil reconstruir esse processo. Existem, num dado momento, uma escolha objetal, uma ligação da libido a uma pessoa particular; então, devido a uma real desconsideração ou desapontamento proveniente da pessoa amada, a relação objetal foi destroçada. O resultado não foi o normal uma retirada da libido desse objeto e um deslocamento da mesma para um novo , mas algo diferente, para cuja ocorrência várias condições parecem ser necessárias. A catexia objetal provou ter pouco poder de resistência e foi liquidada. Mas a libido livre não foi deslocada para outro objeto; foi retirada para o ego. Ali, contudo, não foi empregada de maneira não especificada, mas serviu para estabelecer uma identificação do ego com o objeto abandonado. Assim a sombra do objeto caiu sobre o ego, e este pôde, daí por diante, ser julgado por um agente especial, como se fosse um objeto, o objeto abandonado.

Dessa forma, uma perda objetal se transformou numa perda do ego, e o conflito entre o ego e a pessoa amada, numa separação entre a atividade crítica do ego e o ego enquanto alterado pela identificação.

Uma ou duas coisas podem ser diretamente inferidas no tocante às pré-condições e aos efeitos de um processo como este. Por um lado, uma forte fixação no objeto amado deve ter estado presente; por outro, em contradição a isso, a catexia objetal deve ter tido pouco poder de resistência.

Conforme Otto Rank observou com propriedade, essa contradição parece implicar que a escolha objetal é efetuada numa base narcisista, de modo que a catexia objetal, ao se defrontar com obstáculos, pode retroceder para o narcisismo. A identificação narcisista com o objeto se torna então um substituto da catexia erótica; em conseqüência, apesar do conflito com a pessoa amada, não é preciso renunciar à relação amorosa. Essa substituição da identificação pelo amor objetal constitui importante mecanismo nas afecções narcisistas; Karl Landauer (1914), recentemente, teve ocasião de indicá-lo no processo de recuperação num caso e esquizofrenia. Ele representa, naturalmente, uma regressão de um tipo de escolha objetal para o narcisismo original. Mostramos em outro ponto que a identificação é uma etapa preliminar da escolha objetal, que é a primeira forma e uma forma expressa de maneira ambivalente pela qual o ego escolhe um objeto. O ego deseja incorporar a si esse objeto e, em conformidade com a fase oral ou canibalista do desenvolvimento libidinal em que se acha, deseja fazer isso devorando-o. Abraham, sem vida, tem razão em atribuir a essa conexão à recusa de alimento encontrada em formas graves de melancolia.

A conclusão que nossa teoria exigiria a saber, que a tendência a adoecer de melancolia (ou parte dessa tendência) reside na predominância do tipo narcisista da escolha objectal infelizmente ainda não foi confirmada pela observação. Nas reações introdutórias deste artigo, admiti que o material empírico em que se fundamentou este estudo é insuficiente para as nossas necessidades. Se pudéssemos presumir um acordo entre os resultados da observação e o que inferimos, não hesitaríamos em incluir em nossa caracterização da melancolia essa regressão da catexia objetal para a fase oral ainda narcisista da libido. Também nas neuroses de transferência as identificações com o objeto de modo algum são raras; na realidade, constituem um conhecido mecanismo de formação de sintomas, especialmente na histeria. Contudo, a diferença entre a identificação narcisista e a histérica pode residir no seguinte: ao passo que na primeira a catexia objetal é abandonada, na segunda persiste e manifesta sua influência, embora isso em geral esteja confinado a certas ações e inervações isoladas. Seja como for, também nas neuroses de transferência a identificação é a expressão da existência de algo em comum, que pode significar amor. A identificação narcisista é a mais antiga das duas e prepara o caminho para uma compreensão da identificação histérica, que tem sido estudada menos profundamente.

A melancolia, portanto, toma emprestado do luto alguns dos seus traços e, do processo de regressão, desde a escolha objetal narcisista para o narcisismo, os outros. É por um lado, como o luto, uma reação à perda real de um objeto amado; mas, acima de tudo isso, é assinalada por uma determinante que se acha ausente no luto normal ou que, se estiver presente, transforma este em luto patológico. A perda de um objeto amoroso constitui excelente oportunidade para que a ambivalência nas relações amorosas se faça efetiva e manifesta. Onde existe uma disposição para a neurose obsessiva, o conflito devido à ambivalência empresta um cunho patológico ao luto, forçando-o a expressar-se sob forma de auto-recriminação, no sentido de que a própria pessoa enlutada é culpada pela perda do objeto amado, isto é, que ela a desejou. Esses estados obsessivos de depressão que se seguem à morte de uma pessoa amada, revelam-nos o que o conflito devido à ambivalência pode alcançar por si mesmo quando também não há uma retração regressiva da libido.

Na melancolia, as ocasiões que dão margem à doença vão, em sua maior parte, além do caso nítido de uma perda por morte, incluindo as situações de desconsideração, desprezo ou desapontamento, que podem trazer para a relação sentimentos opostos de amor e ódio, ou reforçar uma ambivalência já existente. Esse conflito devido à ambivalência, que por vezes surge mais de experiências reais, por vezes mais de fatores constitucionais, não deve ser desprezado entre as pré-condições da melancolia. Se o amor pelo objeto um amor que não pode ser renunciado, embora o próprio objeto o seja se refugiar na identificação narcisista, então o ódio entra em ação nesse objeto substitutivo, dele abusando, degradando-o, fazendo-o sofrer e tirando satisfação sádica de seu sofrimento. A auto-tortura na melancolia, sem dúvida agradável, significa, do mesmo modo que o fenômeno correspondente na neurose obsessiva, uma satisfação das tendências do sadismo e do ódio relacionadas a um objeto, que retornaram ao próprio eu do indivíduo nas formas que vimos examinando. Via de regra, em ambas as desordens, os pacientes ainda conseguem, pelo caminho indireto da auto-punição, vingar-se do objeto original e torturar o ente amado através de sua doença, à qual recorrem a fim de evitar a necessidade de expressar abertamente sua hostilidade para com ele. Afinal de contas, a pessoa que ocasionou a desordem emocional do paciente, e na qual sua doença se centraliza, em geral se encontra em seu ambiente imediato. A catexia erótica do melancólico no tocante a seu objeto sofreu assim uma dupla vicissitude: parte dela retrocedeu à identificação, mas a outra parte, sob a influência do conflito devido à “ambivalência”, foi levada de volta à etapa de sadismo que se acha mais próxima do conflito.

É exclusivamente esse sadismo que soluciona o enigma da tendência ao suicídio, que torna a melancolia tão interessante e tão perigosa. Tão imenso é o amor de si mesmo do ego (seIflove), que chegamos a reconhecer como sendo o estado primevo do qual provém a vida instintual, e tão vasta é a quantidade de libido narcisista que vemos liberada no medo surgido de uma ameaça à vida, que não podemos conceber como esse ego consente em sua própria destruição. De há muito, é verdade, sabemos que nenhum neurótico abriga pensamentos de suicídio que não consistam em impulsos assassinos contra outros, que ele volta contra si mesmo, mas jamais fomos capazes de explicar que forças interagem para levar a cabo esse propósito. A análise da melancolia mostra agora que o ego só pode se matar se, devido ao retorno da catexia objetal, puder tratar a si mesmo corno um objeto se for capaz de dirigir contra si mesmo a hostilidade relacionada a um objeto, e que representa a reação original do ego para com objetos do mundo externo. Assim, na regressão desde a escolha objetal narcisista, é verdade que nos livramos do objeto; ele, não obstante, se revelou mais poderoso do que o próprio ego. Nas duas situações opostas, de paixão intensa e de suicídio, o ego é dominado pelo objeto, embora de maneiras totalmente diferentes.

Quanto ao marcante traço particular da melancolia que mencionamos, a proeminência do medo de ficar pobre, parece plausível supor que se origina do erotismo anal que foi arrancado de seu contexto e alterado num sentido regressivo.

A melancolia ainda nos confronta com outros problemas, cuja resposta em parte nos escapa. O fato de desaparecer após certo tempo, sem deixar quaisquer vestígios de grandes alterações, é uma característica que ela compartilha com o luto. Verificamos, à guisa de explanação, que, no luto, se necessita de tempo para que o domínio do teste da realidade seja levado a efeito em detalhe e que, uma vez realizado esse trabalho, o ego consegue libertar sua libido do objeto perdido. Podemos imaginar que o ego se ocupa com um trabalho análogo no decorrer de uma melancolia; em nenhum dos dois casos dispomos de qualquer compreensão interna (insight) da economia do curso dos eventos. Na melancolia, a insônia atesta a rigidez da condição, a impossibilidade de se efetuar o retraimento geral das catexias necessário ao sono. O complexo de melancolia se comporta como uma ferida aberta, atraindo a si as energias catexiais que nas neuroses de transferência denominamos de “anticatexias” provenientes de todas as direções, e esvaziando o ego até este ficar totalmente empobrecido. Facilmente, esse complexo pode provar ser resistente ao desejo, por parte do ego, de dormir.

O que provavelmente é um fator somático, fator este que não pode ser explicado psicologicamente, torna-se visível na melhoria regular da condição, que se verifica por volta do anoitecer. Essas considerações nos levam a perguntar se uma perda no ego, independentemente do objeto um golpe puramente narcisista contra o ego , não bastará para produzir o quadro de melancolia, e se um empobrecimento da libido do ego, directamente por causa de toxinas, não será capaz de produzir certas formas de doença.

A característica mais notável da melancolia, e aquela que mais precisa de explicação, é sua tendência a se transformar em mania estado este que é o oposto dela em seus sintomas. Como sabemos, isso não acontece a toda melancolia. Alguns casos seguem seu curso em recaídas periódicas, entre cujos intervalos sinais de mania talvez estejam inteiramente ausentes ou sejam apenas muito leves. Outros revelam a alteração regular de fases melancólicas e maníacas que leva à hipótese de uma insanidade circular. Veríamo-nos tentados a considerar esses casos como não sendo psicogênicos, se não fosse o fato de que o método psicanalítico conseguiu chegar a uma solução e efetuar uma melhoria terapêutica em vários casos precisamente dessa espécie. Não é apenas permissível, portanto, mas imperioso, estender uma explanação analítica da melancolia também à mania.

Não posso prometer que essa tentativa venha a ser inteiramente satisfatória. Mal nos leva além da possibilidade de tomarmos nossa orientação inicial. Temos duas coisas a empreender: a primeira é uma impressão psicanalítica; a segunda, o que talvez possamos chamar de um tema de experiência econômica geral.

A impressão que vários investigadores psicanalíticos já puseram em palavras é que o conteúdo da mania em nada difere do da melancolia, que ambas as desordens lutam com o mesmo “complexo”, mas que, provavelmente, na melancolia o ego sucumbe ao complexo, ao passo que na mania domina-o ou o põe de lado. Nosso segundo indicador é proporcionado pela observação de que todos os estados, tais como a alegria, a exultação ou o triunfo, que nos fornecem o modelo normal para a mania, dependem das mesmas condições econômicas. Aqui, aconteceu que, como resultado de alguma influência, um grande dispêndio de energia psíquica, de há muito mantido ou que ocorre habitualmente, finalmente se torna desnecessário, de modo que se encontra disponível para numerosas aplicações e possibilidades de descarga quando, por exemplo, algum pobre miserável, ganhando uma grande soma de dinheiro, fica subitamente aliviado da preocupação crônica com seu pão de cada dia, ou quando uma longa e árdua luta se vê afinal coroada de êxito, ou quando um homem se encontra em condições de se desfazer, de um só golpe, de alguma compulsão opressiva, alguma posição falsa que teve de manter por muito tempo, e assim por diante. Todas essas situações se caracterizam pela animação, pelos sinais de descarga de uma emoção jubilosa e por maior disposição para todas as espécies de ação da mesma maneira que na mania, e em completo contraste com a depressão e a inibição da melancolia. Podemos aventurar-nos a afirmar que a mania nada mais é do que um triunfo desse tipo; só que aqui, mais uma vez, aquilo que o ego dominou e aquilo sobre o qual está triunfando permanecem ocultos dele. A embriaguez alcoólica, que pertence à mesma classe de estados, pode (na medida em que é de exaltação) ser explicada da mesma maneira; aqui, provavelmente, ocorre uma suspensão, produzida por toxinas, de dispêndios de energia na repressão. A opinião popular gosta de presumir que uma pessoa num estado maníaco desse tipo se deleita no movimento e na ação porque ela é muito “alegre”. Naturalmente, essa falsa conexão deve ser corrigida. O fato é que a condição econômica na mente do indivíduo, mencionada acima, foi atendida, sendo essa a razão por que ele se acha tão animado, por um lado, e tão desinibido em sua ação, por outro.

Se reunirmos essas duas indicações, encontraremos o seguinte. Na mania, o ego deve ter superado a perda do objeto (ou seu luto pela perda, ou talvez o próprio objeto), e, conseqüentemente, toda a quota de anticatexia que o penoso sofrimento da melancolia tinha atraído para si vinda do ego e “vinculado” se terá tornado disponível. Além disso, o indivíduo maníaco demonstra claramente sua liberação do objeto que causou seu sofrimento, procurando, como um homem vorazmente faminto, novas catexias objetais.

Essa explicação certamente parece plausível mas, em primeiro lugar, é por demais indefinida e, em segundo, dá margem a mais novos problemas e dúvidas do que podemos responder. Não fugiremos a um exame dos mesmos, embora não possamos esperar que esse exame nos leve a uma compreensão nítida.

Em primeiro lugar, também o luto normal supera a perda de objeto e também, enquanto persiste, absorve todas as energias do ego. Por que, então, depois de seguir seu curso, não há, em seu caso, qualquer indício da condição econômica necessária a uma fase de triunfo ? Acho impossível responder a essa objeção diretamente. Também chama a nossa atenção para o fato de que nem sequer conhecemos os meios econômicos pelos quais o luto executa sua tarefa. Possivelmente, contudo, uma conjectura nos ajudará aqui. Cada uma das lembranças e situações de expectativa que demonstram a ligação da libido ao objeto perdido se defrontam com o veredicto da realidade segundo o qual o objeto não mais existe; e o ego, confrontado, por assim dizer, com a questão de saber se partilhará desse destino, é persuadido, pela soma das satisfações narcisistas que deriva de estar vivo, a romper sua ligação com o objeto abolido. Talvez possamos supor que esse trabalho de rompimento seja tão lento e gradual que, na ocasião em que tiver sido concluído, o dispêndio de energia necessária a ele também se tenha dissipado.

É tentador continuar a partir dessa conjectura sobre o trabalho do luto e tentar apresentar um relato do trabalho da melancolia. Aqui, de início, nos defrontamos com uma incerteza. Até agora, quase não consideramos a melancolia do ponto de vista topográfico, nem perguntamos a nós mesmos, nesse meio tempo, em que ou entre que sistemas psíquicos o trabalho de melancolia se processa.

Que parte dos processos mentais da doença ainda se verifica em conexão com as catexias objetais inconscientes abandonadas, e que parte em conexão com seu substituto, por identificação, no ego?

A resposta rápida e fácil é que “a apresentação” (da coisa) inconsciente do objeto foi abandonada pela libido. Na realidade, contudo, essa apresentação é composta de inumeráveis impressões isoladas (ou traços inconscientes delas) e essa retirada da libido não é um processo que possa ser realizado num momento, mas deve, por certo, como no luto, ser um processo extremamente prolongado e gradual. Se ele começa simultaneamente em vários pontos ou se segue alguma espécie de seqüência fixa não é fácil decidir; nas análises, torna-se freqüentemente evidente que primeiro uma lembrança, e depois outra, é ativada, e que os lamentos que soam sempre como os mesmos, e são tediosos em sua monotonia, procedem, não obstante, cada vez de uma fonte inconsciente diferente. Se o objeto não possui uma tão grande importância para o ego importância reforçada por mil elos , então também sua perda não será suficiente para provocar quer o luto quer a melancolia. Essa característica de separar pouco a pouco a libido deve portanto ser atribuída de igual modo ao luto e à melancolia, sendo provavelmente apoiada pela mesma situação econômica e servindo aos mesmos propósitos em ambos.

Como já vimos, contudo, a melancolia contém algo mais que o luto normal. Na melancolia, a relação com o objeto não é simples; ela é complicada pelo conflito devido a uma ambivalência. Esta ou é constitucional, isto é, um elemento de toda relação amorosa formada por esse ego particular, ou provém precisamente daquelas experiências que envolveram a ameaça da perda do objeto. Por esse motivo, as causas excitantes da melancolia têm uma amplitude muito maior do que as do luto, que é, na maioria das vezes, ocasionado por uma perda real do objeto, por sua morte. Na melancolia, em conseqüência, travam-se inúmeras lutas isoladas em torno do objeto, nas quais o ódio e o amor se degladiam; um procura separar a libido do objeto, o outro defender essa posição da libido contra o assédio. A localização dessas lutas isoladas só pode ser atribuída ao sistema Ics., a região dos traços de memória de coisas (em contraste com as catexias da palavra). No luto, também, os esforços para separar a libido são envidados nesse mesmo sistema; mas nele nada impede que esses processos sigam o caminho normal através do Pcs. até a consciência. Esse caminho, devido talvez a um certo número de causas ou a uma combinação delas, está bloqueado para o trabalho da melancolia. A ambivalência constitucional pertence por natureza ao reprimido; as experiências traumáticas em relação ao objeto podem ter ativado outro material reprimido. Assim, tudo que tem a ver com essas lutas devidas à ambivalência, permanece retirado da consciência, até que o resultado característico da melancolia se fixe. Isso, como sabemos, consiste no abandono, por fim, do objeto pela catexia libidinal ameaçada, só que, porém, para recuar ao local do ego de onde tinha provindo. Dessa forma, refugiando-se no ego, o amor escapa à extinção. Após essa regressão da libido, o processo pode tornar-se consciente, sendo representado à consciência como um conflito entre uma parte do ego e o agente crítico.

No trabalho da melancolia, portanto, a consciência está cônscia de uma parte que não é essencial, e nem sequer é uma parte à qual possamos atribuir o mérito de ter contribuído para o término da doença. Vemos que o ego se degrada e se enfurece contra si mesmo, e compreendemos tão pouco quanto o paciente a que é que isso pode levar e como pode modificar-se. De forma mais imediata, podemos atribuir tal função à parte inconsciente do trabalho, pois não é difícil perceber uma analogia essencial entre o trabalho da melancolia e o do luto. Do mesmo modo que o luto compele o ego a desistir do objeto, declarando-o morto e oferecendo ao ego o incentivo de continuar a viver, assim também cada luta isolada da ambivalência distende a fixação da libido ao objeto, depreciando-o, denegrindo-o e mesmo, por assim dizer, matando-o. É possível que o processo no Ics. chegue a um fim, quer após a fúria ter-se dissipado quer após o objeto ter sido abandonado como destituído de valor. Não podemos dizer qual dessas duas possibilidades é a regular ou a mais usual para levar a melancolia a um fim, nem que influência esse término exerce sobre o futuro curso do caso. O ego pode derivar daí a satisfação de saber que é o melhor dos dois, que é superior ao objeto.

Mesmo que aceitemos esse conceito a respeito do trabalho da melancolia, ele ainda não proporciona uma explanação do único ponto que nos interessa esclarecer. Esperávamos que a condição econômica para o surgimento da mania, após a melancolia ter seguido o seu curso, fosse encontrada na ambivalência que domina essa afecção, e nisso encontramos um apoio proveniente de analogias em vários outros campos. Mas existe um fato diante do qual essa expectativa tem que se render. Das três pré-condições da melancolia perda do objeto, ambivalência e regressão da libido ao ego, as duas primeiras também se encontram nas auto-recriminações obsessivas que surgem depois da ocorrência de uma morte. Indubitavelmente, nesses casos é a ambivalência que constitui a força motora do conflito, revelando-nos a observação que, depois de terminado o conflito, nada mais resta que se assemelhe ao triunfo de um estado de mente maníaco. Somos levados assim a considerar o terceiro fator como o único responsável pelo resultado. O acúmulo de catexia que, de início, fica vinculado e, terminado o trabalho da melancolia, se torna livre, fazendo com que a mania seja possível deve ser ligado à regressão da libido ao narcisismo. O conflito dentro do ego, que a melancolia substitui pela luta pelo objeto, deve atuar como uma ferida dolorosa que exige uma anticatexia extraordinariamente elevada. Aqui, porém, mais uma vez, será bom parar e adiar qualquer outra explicação da mania até que tenhamos obtido certa compreensão interna (insight) da natureza econômica, primeiro da dor física, depois da dor mental análoga a ela. Conforme já sabemos, a interdependência dos complicados problemas da mente nos força a interromper qualquer indagação antes que esta esteja concluída até que o resultado de uma outra indagação possa vir em sua ajuda.
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