José Mojica,nosso querido ZÈ DO CAIXÃO!!! parte 2

domingo, 17 de outubro de 2010.

Anos 50

Começo da carreira profissional

Depois da fundação de sua escola, a carreira profissional de Mojica Marins passou a ficar cada mais mais próxima. Mojica Marins tentou realizar o filme Sentença de Deus por três vezes e o filme acabou como inacabado. Semiprofissional, o filme Sentença de Deus é experimental no sentido mais genuíno e revela os primeiros passos de José Mojica Marins na arte do cinema.

Em 1958, veio a ser concluído A Sina do Aventureiro, em lente 75 mm, com apenas duas pessoas que não eram da escola de atores de Mojica Marins, mas que depois vieram a ter aulas, Ruth Ferreira e a Shirley Alvez. A Sina do Aventureiro é um faroeste caboclo (ou “western feijoada”, na definição do pesquisador Rodrigo Pereira), vertente prolífica, mas desprezada pela historiografia clássica do cinema brasileiro. Insere-se, portanto, na tradição mais ampla dos filmes rurais de aventura, território que compreende nomes tão heterogêneos quanto significativos como E. C. Kerrigan, Amilar Alves, Luiz de Barros, Humberto Mauro, Eurides Ramos, Antoninho Hossri, Victor Lima Barreto, Carlos Coimbra, Wilson Silva, Osvaldo de Oliveira, Reynaldo Paes de Barros, Edward Freund, Ozualdo Candeias, Tony Vieira e Rubens Prado.

Para lançar o filme A sina do aventureiro, Mojica Marins contou com a ajuda dos irmãos Valancy, que eram proprietários do Cine Coral, em São Paulo, aonde o filme permaneceu em cartaz por muito tempo. O realizador do filme, Mojica Marins explicou, posteriormente, como foi o sucesso do filme.

"Para fazer sucesso, eu usei um estratagema, porque já era difícil você entrar uma semana, e ficar três semanas em cartaz num cinema era mais difícil ainda. O que eu fiz? Eu pegava os meus alunos, numa época em que os cinemas tinham fila, e dividia um grupo de alunos numa fila, outro grupo em outra e mais outra. Todos eram atores, né? Então ficavam todos no meio da fila e diziam: “Pô, a gente perdendo tempo nessa fila, passando uma fita tão boa no Cine Coral!”. Com isso, eles saíam de lá e levavam o pessoal da fila. E ia todo mundo para o Cine Coral. A fita foi muito bem nas capitais. Estourou em Salvador, em Porto Alegre. Porque ela tem uma miscelânea de Nordeste, de roupa nordestina com roupa gaúcha, com roupa americana. Eu misturo tudo, tem uma miscelânea. No final, tem uma curiosidade: a fita realmente agradou, só não agradou aos padres. Aí eu tive uma desavença com os padres que me acompanharia a vida toda".
— José Mojica Marins

Portal Brasileiro de Cinema

Depois de aceitar a proposta de Augusto de Cervantes, de fazer um filme que agradasse aos padres, Mojica Marins criou a história de Meu Destino em Tuas Mãos e procurou Ozualdo Candeias para fazer o roteiro - que não foi creditado. As tragédias familiares são apresentadas pelo cineasta com requintes de maldade, temperados por aquele neo-realismo involuntário das produções sem dinheiro. A direção de Mojica deixou o filme ainda mais cru e violento.

O filme conta o drama de cinco crianças pobres que vivem infelizes com suas respectivas famílias. Cansados de abuso e desprezo, os amigos fogem de casa e saem pelas estradas, acompanhados do violão e da cantoria de Carlito (vivido por Franquito), o mais velho deles. O jovem Franquito, o “garoto da voz de ouro”, foi uma aposta para embarcar no estrondoso sucesso de Pablito Calvo, astro-mirim de Marcelino, pão e vinho (1955). Mojica compôs três das dez canções interpretadas por Franquito. Meu destino em tuas mãos foi realizado com o dinheiro da venda dos long plays de Franquito, hoje uma raridade por ser um dos primeiros filmes a ter disco com todas as músicas lançado pela gravadora Copacabana. O filme, apesar de ter agradado os padres, não teve repercussão nenhum e acabou esquecido.

Algum tempo depois, o produtor Nelson Teixeira Mendes contratou Mojica para ser ator no O diabo de Vila Velha, um bang-bang. Como condição, o Mojica pediu para poder levar o pai, que estava muito doente, para o Paraná, onde o filme ia ser feito. Após muitas discussões com o diretor Ody Fraga, este veio a se afastar e Mojica assumiu a direção filme, aonde demonstrou afinidade com o gênero faroeste, que já havia exercitado em A sina do aventureiro e ao qual voltaria em D’Gajão mata para vingar

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